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Em depoimento na CEI do Transporte Coletivo, advogado denuncia irregularidades

por joana — publicado 20/04/2017 16h45, última modificação 20/04/2017 20h19
Em depoimento na CEI do Transporte Coletivo, advogado denuncia irregularidades

Foto de Marcelo do Vale

A Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga o sistema de transporte coletivo de Goiânia realizou na tarde desta quarta-feira, 20, mais uma oitiva. Desta vez, o depoente foi o advogado Ney Moura Teles. Os outros dois que seriam ouvidos, o advogado Júlio César Rabelo e o ex-presidente da Comissão Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC), Murilo Ulhôa não foram encontrados para a convocação.

Comissão

Instalada em 23 de março deste ano, a Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga fatos relativos ao transporte coletivo é presidida pelo vereador Clécio Alves ( PMDB), que é o representante do poder Legislativo na Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC). Fazem parte da Comissão os vereadores Anselmo Pereira (PSDB), Vinícius Cirqueira (Pros), Sargento Novandir (PTN), Paulo Daher ( DEM), Romário Policarpo ( PTC) e Juarez Lopes. Também presente à reunião, o vereador Welington Peixoto (PMDB).

Depoimento

Respondendo aos questionamentos dos vereadores, Ney Moura Teles revelou inúmeras irregularidades no sistema de transporte coletivo de Goiânia. Dentre elas, a inclusão do pagamento do ISS para cálculo de planilhas, mesmo havendo desoneração deste imposto para as empresas do setor; aplicação de tarifa antes mesmo da prestação de serviços; elaboração de editais direcionados para favorecer empresas, lavagem de dinheiro, pagamentos de propinas, existência de contratos fictícios.

Outro fato narrado pelo advogado foi o de que teria sido procurado pelo ex-prefeito de Cristianópolis, Juarez Magalhães Júnior. Neste contato, foi informado de que o Murilo Ulhôa (ex-presidente da CMTC) teria oferecido a Júnior trezentos mil reais para que “intermediasse” a desistência de Moura Teles em um processo em que atuava como advogado de Júlio César Rabelo. Caso desistisse, receberia um milhão e oitocentos mil reais.

Em 2010, o depoente foi contratado por Júlio César Rabelo que prestou serviços advocatícios para o antigo Setransp, entidade representante das empresas de ônibus, por mais de trinta anos. O motivo seria o rompimento deste contrato de prestação de serviço. Contudo, ambos os advogados – Ney Moura Teles e Júlio César Rabelo  foram processados e condenados em primeira instância pelo crime de extorsão praticado contra o Setransp. “Fomos acusados e condenados de extorquir o Setransp. Seria o mesmo de tentar extorquir Al Capone”, afirmou Teles.

Novas convocações

Atendendo requerimentos apresentados durante a oitiva, Clécio Alves determinou a convocação para oitivas das seguintes pessoas: Murilo Ulhôa, Júlio César Rabelo, Marcos Massad (ex-presidente da CMTC) e Juarez Magalhães Júnior. Segundo Clécio, embora as denúncias feitas nesta reunião sejam graves “não foram apresentadas nenhuma prova. Foi tudo na base do ouvi dizer. E a CEI tem a responsabilidade de averiguar os fatos com a cautela jurídica que a situação exige. E tudo faremos para que o transporte coletivo de Goiânia possa se livrar de problemas como a superlotação, a falta de segurança, o não cumprimento de horários, o sucateamento dos pontos de ônibus e dos terminais, além de um valor na tarifa incompatível com o serviço prestado. O importante é garantir ao goianiense um transporte público decente, digno e acessível”.