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Depoente afirma que foi orientada a elogiar secretaria da Saúde em entrevistas

por Heloiza Amaral publicado 06/12/2017 13h15, última modificação 06/12/2017 15h48

A senhora Celina Lopes Teixeira, que apareceu na mídia nacional por arrancar dois dentes com um alicate, depois de não conseguir atendimento na rede municipal de saúde, afirmou nesta quarta-feira à CEI da Saúde que um dos membros da comitiva da secretaria municipal que a visitaram em casa, no último domingo (3), teria oferecido cestas básicas a ela por três meses e sugerido que ela elogiasse o trabalho da secretaria quando desse entrevistas a respeito do ocorrido. Dona Celina disse que, a princípio, teria ficado feliz com a visita, mas que depois percebeu o suborno e a ação de constrangimento praticada pela comitiva, que incluiu a secretária Fátima Mrué.

Dona Celina salientou também que, em momento algum, afirmou que tinha o costume de arrancar os próprios dentes, como disse a Superintendente de Gestão de Redes de Atenção à Saúde, Luciana Curado Santos, aos membros da CEI, durante depoimento nesta terça-feira (5). “Fiquei com medo de perder outros dentes, porque ele estava podre. Procurei atendimento, mas não podiam me ajudar, porque não tinha anestesia. Eu não tinha outra saída, por isso arranquei”, falou, emocionada, aos vereadores.

Durante a visita à casa de Celina, segundo ela, a comitiva se prontificou a atendê-la, caso precisasse de algo, mas não falou nada a respeito de uma prótese para substituir os dentes perdidos por ela. De acordo com Celina, no entanto, encaminharam sua filha de 11 anos, para tratamento especializado no setor Novo Horizonte. Depois da entrevista divulgada em rede nacional de televisão, um odontólogo do setor Morada do Sol se comprometeu a fazer todo o tratamento de Celina gratuitamente.

O vereador Delegado Eduardo Prado (PV) acompanhou o depoimento de Dona Celina e afirmou que a comitiva da secretaria de Saúde cometeu os crimes de falso testemunho, constrangimento ilegal e oferta de vantagens indevidas, o que pode resultar em prisão de três a quatro anos. Ele levará o caso à Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra a Administração Pública (Decarp).

O vereador Elias Vaz (PSB), relator da CEI, destacou que o fato de a secretária Fátima Mrué não estar diretamente envolvida na oferta feita à Dona Celina não a exime de responsabilidade. Junto com o vereador Jorge Kajuru (PRTB), ele pediu a convocação de Carlinhos do Esporte, autor da oferta das cestas básicas, em troca de “elogios” à secretaria.

O presidente da comissão, Clécio Alves (PMDB), solicitou à secretaria, mais uma vez, cópias do processo da máfia do SAMU e dos depósitos feitos pelo Fundo de Saúde para pagar hospitais e procedimentos de saúde em Goiânia. Caso não seja atendido até a próxima semana, Clécio diz que pedirá a busca e apreensão do material, visto que o prazo legal para o atendimento do pedido esgotou-se há mais de uma semana.

A próxima reunião da CEI da Saúde está marcada para sexta-feira (8), às 8h30, na Sala das Comissões. Eles ouvirão a Chefe da Advocacia Setorial da Saúde, Ana Cristina Veloso. (Fotos: Wictória Jhefany e Alberto Maia)