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Kajuru apresenta pedido de afastamento do prefeito Iris Rezende

por Antônio Ribeiro dos Santos publicado 30/05/2018 11h25, última modificação 30/05/2018 15h42

Como havia anunciado há vários dias, o vereador Jorge Kajuru, PRP, entrou na sessão (30) de hoje da Câmara com um pedido oficial de afastamento (impeachment) de Iris Rezende, MDB, do cargo de Prefeito de Goiânia. O vereador, no documento, pede também o indiciamento da secretária de Saúde, Fátima Marué, por improbidade administrativa, "por lesão ao erário".

O presidente Andrey, porém, disse que vai verificar se existe fundamento jurídico no pedido. "Se a presidência constatar que se trata apenas de motivação política, o documento será arquivado", reafirmou. 

Jorge Kajuru, em seu pedido, enumera uma série de denúncias que ele considera "como infrações político-administrativas praticadas pelo prefeito Iris Rezende".

Entre os dez ítens catalogados, ele cita impedir o funcionamento regular da Câmara, desatender pedidos de informações solicitados pelos vereadores, deixar de publicar leis e atos do Legislativo, descumprir o orçamento para o exercício financeiro, omitir ou neglicenciar na defesa dos bens ou interesses do município, afastar-se da prefeitura sem autorização da Câmara e ainda proceder de modo incompatível com a dignidade e decoro do cargo.

Sobre a secretaria Fátima Mrué, o vereador aponta o que considera irregularidades como assinatura de contrato sem licitação da Neo Soluções, pagamento de mestrado para duas servidoras ao custo de R$ 114 mil, compra sem licitação de software da Viver Sistemas, no valor de R$ 4 milhões, falta de gestão dos produtos disponíveis no almoxarifado da Secretaria de Saúde com datas vencidas, como latas de lei em pó, dentre outras acusações.

CRÍTICAS

Da tribuna da Câmara, Kajuru enumerou uma série de outros problemas que, segundo ele, estão "afetando de maneira cruel a população de Goiânia. A Prefeitura está falida. O prefeito admitiu isso, inclusive com falta de recursos para pagar o funcionalismo. Mas a folha está inchada com os protegidos do Paço. A cidade parece uma nau à deriva. Sem comando. A saúde é o caos total. Educação é a mesma coisa, enquanto isso ele faz licitação para contratar buffet, festas e som para shows".

Ele citou ainda "o caos nas finanças, com buracos mensais avaliados em R$ 50 milhões Outra coisa, a cidade está suja, esburacada, trânsito caótico, basta observar a situação da Marginal. O goianiense está apavorado, sem saber a quem recorrer diante de fatos tão escabrosos".

O vereador do PRP negou que seu pedido seja eleitoreiro: "Pelo contrário há mais de um mês que vem consultando vários advogados sobre esse pedido de impeachment. Inclusive outras entidades podem fazer a mesma coisa, como a OAB-GO. A CEI da Saúde, por exemplo, mostrou de forma clara e objetiva os desmandos que acontecem no momento na secretaria comandada pela senhora Fátima Mrué".

REPERCUSSÕES

Vários vereadores comentaram em plenário o pedido feito por Kajuru. o líder do prefeito na Casa, Tiãozinho Porto, por exemplo, disse que não via nenhum sentido na iniciativa. "Ademais não creio que tal iniciativa vá para frente. O prefeito trabalha com e a favor do povo. Portanto, é um pedido desnecessário. Se isso for aprovado, teríamos que ter novas eleições, o que é uma irrealidade. Iris vem cumprindo seu papel de administrador competente, enxugando os gastos, pois ele assumiu uma prefeitura falida, sucateada".

Juarez Lopes, PRTB, também da base do prefeito, afirmou igualmente que "não via nenhuma condição legal nesse pedido do vereador Jorge Kajuru. A Câmara não vai aprovar isso. Logo , não existem condições reais para tal impedimento".

"Ninguém nesta Casa tem moral para pedir o afastamento do prefeito Iris Rezende. Trata-se de um homem com uma longa história política em Goiânia, no Estado e no País. Ele merece nosso respeito. Esse pedido não vai dar em nada", argumentou Paulo Magalhães, PSD.