Secretária de saúde presta conta do segundo quadrimestre de 2018
Na tarde desta quinta (20), a secretária municipal de saúde, Fátima Mrué, prestou conta da sua pasta até o segundo quadrimestre de 2018 (janeiro a agosto) para a Comissão de Saúde e Assistência Social da Câmara, que é presidida pelo vereador Paulo Daher (DEM).
Ela informou que a prefeitura investiu 18,77% do orçamento próprio na saúde, o que corresponde a R$ 1,85 bilhões.
A rede de saúde do município conseguiu atender 98,78% de todas as necessidades de atenção básica, cumprindo norma do Ministério da Saúde que exige dos municípios serem suficientes nessa área.
Foram feitas mais de um milhão de consultas na rede própria. A região Campinas/Centro foi onde ocorreu a maior parte delas, cerca de 214 mil, e a região Sul onde ocorreram menos, 95 mil. A secretária explicou que a diferença se dá devido a concentração da população de maior renda na última, que prefere procurar atendimentos particulares.
Já as consultas especializadas, ocorreram 772 mil delas pelo SUS em Goiânia, sendo que cerca de 135 mil (12%) foram atendidas pelo município.
Fátima destacou que houve diminuição no total de internações clínicas e aumento nas internações cirúrgicas entre os mesmos períodos de 2014 e 2018. As primeiras caíram de 43,5 mil para quase 40 mil e as segundas subiram de pouco mais de 50 mil para cerca de 52,4 mil. “Estamos seguindo o que recomenda o Ministério da Saúde: melhorando a eficiência do atendimento ambulatorial para reduzir as internações clínicas e liberando mais leitos para as internações cirúrgicas.”
Já o custo dos pacientes nas internações e a origem deles foi de R$ 70,41 milhões com 45,7 mil moradores da capital e R$ 92,22 milhões com 47,4 mil pessoas de outras cidades. “Os pacientes de fora vêm para tratamentos mais complexos, como internações em unidades de terapia intensiva (UTIs), por isso a conta desse grupo é maior”, explicou.
De janeiro a agosto foram feitas 9.205 internações em UTIs. A secretária esclareceu que os pacientes que aguardam esse tipo de leito são escolhidos por critérios que levam em consideração, em primeiro lugar, a gravidade do paciente. “A ordem na fila, a idade, entre outros, são considerados num conjunto de variáveis pouco complexo. Nós estamos propondo a implantação de um método mais detalhado, que será mais próximo da necessidade dos pacientes.”
Ela explicou que a liberação de consultas especializadas e de leitos de UTI, oferecidas em maior parte pelo estado, é controlada pela secretaria municipal, que recebe as informações da capacidade e disponibilidade de todos os equipamentos públicos de saúde na cidade. O pagamento é feito por meio do Protocolo de Cooperação entre Entes Públicos (PCEP), que reúne tudo que o estado fornece ao município e vice-versa. O valor dos serviços é estimado de acordo com uma tabela do Ministério da Saúde.
Fátima criticou a baixa disponibilidade de vagas para consultas especializadas oferecida pelos grandes hospitais estaduais, apontando que eles não estão oferecendo 100% da capacidade que têm. Para ela, a culpa é do modelo de contrato feito entre o estado e as organizações sociais responsáveis por geri-los. “Um exemplo disso, foi o de um grande hospital que estava ofertando apenas três consultas com urologista por mês. Nós fizemos uma notificação e a quantidade foi aumentada.”
No atendimento de urgência, a secretária também apontou problemas com os hospitais. “Atendemos na rede municipal 82% de todos os atendimentos de urgência em Goiânia. Temos uma situação distorcida, pois esses pacientes deveriam estar em sua maioria na rede hospitalar, especialmente nos dois hospitais de urgência que temos. Esse tipo de atendimento tem sido realizado nas unidades intermediárias, que são as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e unidades de urgência do município. Por isso, muitas vezes o paciente não tem o atendimento devido porque ele não está no local que atende melhor a necessidade dele.”
Paulo Magalhães (PSD), que é membro da comissão, lembrou que Aparecida de Goiânia ganhou ontem (19) um hospital municipal novo e questionou o porquê de Goiânia até hoje não contar com um. Ela respondeu que há um projeto para um hospital de 400 leitos com alas voltadas ao atendimento à oncologia, pediatria e doenças crônicas não transmissíveis, mas ainda não tem prazo para ser construído.