Câmara aprova, em 1ª votação, projeto que garante vacina contra herpes-zóster na rede pública
A Câmara de Goiânia aprovou, em primeira votação, nesta terça-feira (22), projeto de lei, de autoria da vereadora Kátia (PT), para oferta gratuita da vacina contra o herpes-zóster na rede pública de saúde da capital. A medida visa ampliar o acesso à imunização, especialmente entre idosos e pessoas com sistema imunológico comprometido, que são mais suscetíveis à doença.
Ao declarar seu voto favorável, o vice-presidente da Casa, vereador Anselmo Pereira (MDB), declarou que a matéria é "extremamente necessária". Anselmo – que também é proprietário de farmácia – lembrou que, todos os dias, pessoas buscam antibióticos para amenizar o problema do herpes-zóster.
Médica, a vereadora Rose Cruvinel (União Brasil) também defendeu a aprovação da proposta, mesmo afirmando que não cabe à Câmara apresentar projetos de lei que criem despesas para o Município. “Aprovamos esse projeto na CCJ e, agora, aqui no Plenário, pela importância da provocação que ele irá causar na Prefeitura”, afirmou.
A vereadora Kátia afirma ter certeza de que a disponibilização da vacina acarretará economia aos cofres públicos. “É com responsabilidade que apresentei esse projeto porque, com a prevenção, traremos economia para o Município, uma vez que evitaremos não só gastos com consultas, mas também com medicamentos e até com internações”, argumentou. A parlamentar reforçou que se trata de uma doença extremamente prejudicial à saúde, que também atinge o sistema nervoso. "Não adianta tomar vacina depois que já contraiu o vírus. Ela precisa ser antecipada. É preventiva", completou.
Herpes-zóster
Herpes-zóster é uma doença de pele causada pelo vírus varicela-zóster (VVZ), o mesmo que provoca a catapora. Após a infecção inicial, o vírus pode permanecer dormente no organismo e se manifestar anos depois, provocando erupções cutâneas dolorosas e, em alguns casos, complicações como a neuralgia pós-herpética – dor crônica que pode persistir por meses ou por anos após o desaparecimento das lesões.
A doença afeta principalmente pessoas com mais de 50 anos e indivíduos imunossuprimidos, como pacientes em tratamento contra o câncer, transplantados e pessoas com HIV.
Aprovada pela Anvisa, em 2021, a vacina Shingrix representa a principal forma de prevenção contra o herpes-zóster. Ela é aplicada em duas doses, com intervalo de dois meses, e apresenta eficácia superior a 90% na prevenção da doença e de suas complicações.
No entanto, o alto custo do imunizante tem sido obstáculo para grande parte da população. Em clínicas particulares de Goiânia, o preço por dose varia entre R$ 830 e R$ 970, totalizando até R$ 1.760 para o esquema completo. Esse cenário reforça a importância do projeto de lei, que busca tornar a vacina acessível a todos, independentemente da condição financeira.
Iniciativa municipal pioneira
Enquanto projetos em outras esferas ainda tramitam, a aprovação em Goiânia representa avanço significativo na ampliação do acesso à imunização contra a doença.
No Congresso Nacional, por exemplo, o projeto de lei 2450/2022, de autoria do ex-deputado Ney Leprevost (União Brasil), propõe a inclusão da vacina contra o herpes-zóster no Calendário Nacional de Imunização. A proposta já foi aprovada na Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados, mas ainda aguarda tramitação em outras comissões antes de seguir para o Senado.
Na Câmara de Goiânia, a matéria segue para análise na Comissão de Saúde e, depois, para segunda votação em Plenário. Se aprovado, irá para a sanção ou veto do prefeito.