“Não é possível não discutir a expansão urbana sem um plano de mobilidade”, afirma especialista Olmo Xavier
A Câmara Municipal de Goiânia realiza, em parceria com o Instituto de Direito Administrativo (Idag), na tarde desta sexta, 23, no auditório Carlos Eurico, um minicurso sobre Mobilidade Urbana com os arquitetos e urbanistas Olmo Xavier, consultor e ex- secretário de Assuntos Federativos da Presidência da República, e Erika Kneib, mestre e doutora em Transportes e professora pesquisadora na Universidade Federal de Goiás (UFG).
Fez a abertura do evento o presidente da Casa, Andrey Azeredo, que discorreu sobre o contexto histórico de Goiânia. “Refletindo sobre a mobilidade no caminho pra cá fiquei imaginando como seriam as ruas da Capital na década de 70, quando nasci. Fui mais além e imaginei o fundador da Capital, Pedro Ludovico Teixeira, andando a cavalo quando no lançamento da pedra fundamental”, contextualizou. Andrey Azeredo pontuou que não será possível uma mobilidade urbana eficiente se não houver intercâmbio das políticas públicas, assim como pensar a cidade de forma conexa e coesa. “Não podemos pensar numa política para veículos sem pensar no pedestre ou no ciclista, por exemplo, porque convivemos uns com os outros o tempo todo”, observou o presidente.
Em sintonia, Olmo também iniciou as atividades fazendo um levantamento histórico sobre a mobilidade urbana. Mas o especialista trabalhou o aspecto mundial. Ele mostrou, por exemplo, que no século 19, Nova York teve sérios problemas com a utilização de cavalos nas ruas, como mortes dos animais e fezes nas ruas. “Isso foi um problema sério na época e a partir daí começaram a pensar em transportes que deslocassem varias pessoas ao mesmo tempo”, relatou. Retornando aos tempos atuais, Olmo acredita que o crescimento desordenado causa problemas de mobilidade. “Alem disso, os projetos públicos não conversam bem com a mobilidade urbana. Mas a cadeia do automóvel, que tem muito marketing, estimula o aumento do número de veículos nas ruas. Essa falta de planejamento integrado não só causa problemas no trânsito, mas traz impactos ambientais que também começam a surgir”, observou.
Olmo Xavier destacou os desafios da mobilidade, apresentando gráficos de acidentes e custos dos congestionamentos para as cidades. Dados da revista Exame mostraram que o dinheiro perdido no trânsito no ano de 2012 em congestionamento em São Paulo foi de cerca de 10 bilhões.
O especialista também apresentou novas perspectivas de visão. Ele apresentou que um carro estacionado ocupa um espaço de 18 metros quadrados. Isso equivale a um apartamento pequeno na França, um escritório ou um espaço no restaurante. Ele usou como comparação um aluguel de escritório de 25 metros quadrados em Goiânia, que esteja em boa localização, que custa cerca de 3 mil reais mensais. “Mas o goiano acha que o Poder Público tem a obrigação de oferecer um espaço de 18 metros quadrados de graça pra ele deixar o carro parado”, comparou o especialista.
O minicurso ainda terá palestra da professora e mestre Érika Kneib e deverá transcorrer até o fim da tarde. Participam do evento especialistas e estudantes na área, assim como assessores de vereadores.
Com informações da assessoria de imprensa da Presidência