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6º Encontro de Valorização da Mulher debate na PUC o tráfico de mulheres

por marcos — publicado 06/10/2017 08h54, última modificação 06/10/2017 08h54
      O Tráfico de mulheres, um crime cruel e ainda subnotificado no País, foi o tema do 6º Encontro em Defesa e Valorização da Mulher do projeto Semeando a Paz e campanha "Não Vai Ter Psiu!", realizado nesta noite no auditório da Área 2 da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). O evento foi uma parceria entre a Câmara Municipal através do presidente da Casa, o vereador Andrey Azeredo (PMDB), idealizador da "Não Vai Ter Psiu!", e a PUC, representada pelo Programa dos Direitos Humanos (PDH). 
       Com o tema "Desafios e possibilidades no enfrentamento ao tráfico de mulheres”, o Encontro foi alusivo ao Dia Internacional contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças (23 de setembro) e lotou o auditório da PUC com autoridades, especialistas no tema, professores universitários e estudantes. 
      Andrey abriu o evento agradecendo a parceria com a PUC e frisou que a sociedade brasileira é ainda muito machista e citou o preconceito que ronda o tema. Ele relatou a estigmatização social das vítimas e conclamou os presentes a contribuírem para romper o silêncio, desmistificar o assunto, apoiar iniciativas de combate ao tráfico de mulheres bem como a cobrar do Poder Público em todas as esferas a criação e o fortalecimento de estruturas para erradicar esse crime no País. 
       O coordenador de Extensão da Pró - Reitoria de Extensão e Apoio Estudantil da PUC, professor doutor Leônidas Albano, agradeceu a Andrey pela iniciativa em favor da luta das mulheres, destacou que o tema é de extrema relevância e disse que é "uma honra para a universidade sediar esse Encontro que nos ajuda a formar não apenas profissionais qualificados, mas, sobretudo defensores da vida". Representando o governo estadual, a superintendente executiva da Mulher e da Igualdade Racial, Gláucia Maria Teodoro Reis já esteve em vários eventos da campanha "Não Vai Ter Psiu!", é uma notável militante da causa feminina e declarou: "é um prazer estar aqui. Queremos debater, sempre e onde pudermos, a desigualdade ente os gêneros, que também está na origem do tráfico de mulheres." 
      
Transformação social 
       Representando a Prefeitura de Goiânia, a secretária municipal de Políticas para as Mulheres, Célia Valadão, que também tem prestigiado a campanha há várias edições, afirmou que acreditava que Andrey não levaria adiante a campanha: "confesso, muito satisfeita, que pensei que era fogo de palha, como acontece com muitas boas iniciativas no Brasil, mas, na verdade, o presidente está profundamente envolvido, tem ampliado as parcerias, expandido os encontros, e, a cada nova edição, mais pessoas e instituições renomadas têm se juntado a essa corrente do bem, que é um sucesso e uma ferramenta de transformação social". Parceira permanente da campanha desde a segunda edição do encontro, a professora universitária e coordenadora  do projeto Semeando a Paz, Ilma Araújo, ressaltou a emoção de ver tantas pessoas irmanadas por uma causa que é universal e alertou: "teremos falas duras, difíceis, porque trataremos de um crime cruel com números preocupantes, que atinge, principalmente, mulheres e crianças, e inseridos num contexto de coisificação dos seres humanos.  Não podemos deixar de lutar para mudar essa realidade".  
Mesa Redonda 
      Após as falas das autoridades, teve início a mesa redonda entre os especialistas com debates e a exposição de vídeos que mostraram histórias de vítimas e a ação dos aliciadores e traficantes de seres humanos no País. Os relatos mostraram a realidade de violência, dependência de drogas pesadas, desespero e abandono de mulheres que foram enganadas e obrigadas a trabalhar como escravas sexuais no Brasil e no exterior. Os debates foram mediados pela doutora em sociologia Aline Tereza Borghi, professora e membro do Programa dos Direitos Humanos (PDH) da PUC, sob o questionamento: "é possível erradicar o tráfico de mulheres?"
      Os debatedores foram contundentes em suas falas:  citaram os números do tráfico, apontaram a necessidade de uma rede estruturada e eficiente de combate a este crime, criticaram abordagens preconceituosas, midiáticas e inúteis, demonstraram que a escravidão ainda existe e é forte no Brasil e no mundo e expuseram a ideologia de gênero machista enraizada na sociedade. Houve um consenso entre os especialistas: para erradicar o tráfico de pessoas é preciso combater as desigualdades de gênero e sociais. 
      Todas as exposições foram muito aplaudidas. A mestre em Psicologia Social e membro do Observatório Latino-Americano Sobre Tráfico de Pessoas, Maria Luiza Moura Oliveira, a professora-doutora em Sociologia e Ciência Política Telma do Nascimento, o coordenador da Comissão Executiva de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do Estado de Goiás (CEETP - GO), Valdir Monteiro, o mestre em Direitos Humanos e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Polícia Rodoviária Federal em Goiás, Fabrício Rosa, e o secretário executivo da ONG Projeto Resgate e membro do Comitê Interinstitucional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Estado de Goiás, Marco Aurélio Sousa, interagiram com uma platéia participativa e interessada. "Todos deram depoimentos sobre suas atuações, cada um à sua maneira e com a sua opinião, com a franqueza, a emotividade e a coragem que o assunto requer. São profissionais extraordinários", afirmou Andrey Azeredo.
Com informações da assessoria da presidência
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