8º Encontro de Valorização da Mulher abre segundo ano da campanha “Não Vai Ter Psiu!" na PUC
por marcos
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publicado
09/03/2018 12h50,
última modificação
09/03/2018 15h11
O 8º Encontro em Defesa e Valorização da Mulher da campanha “Não Vai Ter Psiu!” e projeto Semeando a Paz, realizado na noite desta quinta-feira, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, na Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), reuniu centenas de pessoas para assistir à roda de conversas com o tema “Violência doméstica: o que vem depois?”. O evento foi o marco inicial das atividades de 2018, segundo ano da campanha instituída em março de 2017 pelo vereador Andrey Azeredo (MDB), presidente da Câmara Municipal de Goiânia.
O Encontro foi realizado no auditório da área 1 da PUC, no Setor Universitário, e reuniu professores e representantes da PUC, estudantes e membros da comunidade. Foram abordados na roda de conversas temas como tipos de violência doméstica, os traumas e efeitos advindos das agressões, a recuperação das vítimas, as motivações dos agressores e as responsabilidades de ambos dentro das relações afetivas, dentre outros.
Ao abrir o evento, Andrey Azeredo ressaltou a importância da campanha “Não Vai Ter Psiu!” e do projeto Semeando a Paz na defesa das causas femininas. Ele lamentou que, dentre as centenas de pessoas presentes no auditório, poucas fossem homens: “Nosso esforço é o de conscientizar e mobilizar também os homens e os meninos. É fundamental o papel da família nisso. A mudança de comportamento que queremos ver no mundo começa na criação com direitos iguais para meninas e meninos.” Ao finalizar seu discurso, o presidente destacou duas palavras quer ele considera essenciais para essa luta e para outras questões humanitárias: “Resistência e União. Precisamos seguir debatendo, tratando do assunto, educando e dando bons exemplos de respeito e tolerância para as crianças e cobrar do Poder Público, em todas as instâncias, estruturas de combate à violência, de suporte às vítimas, de tratamento e punição aos agressores e de estratégias para a superação desses traumas.”
Papo dinâmico e aberto
Nesta segunda parceria com a PUC (em outubro de 2017 a instituição sediou o 6º Encontro da campanha), o evento teve um formato dinâmico com uma roda de conversas que permitiu a participação, no final, de estudantes de diversos cursos que tiraram dúvidas e expuseram suas opiniões.
O debate foi aberto pela moderadora, a professora Luciene Campos Falcão Silveira, mestre em Psicologia e coordenadora do Programa Interdisciplinar da Mulher, Estudos e Pesquisas (Pimep). Luciene agradeceu pela iniciativa do presidente Andrey e destacou a importância de parcerias de instituições como a Câmara com as universidades e outros segmentos em prol de causas humanitárias. Ela presenteou Andrey com livros do Pimep e abriu as atividades com vídeos sobre a origem do Dia Internacional da Mulher, com depoimentos de vítimas e dados sobre a violência contra as mulheres no Brasil.
A professora Ilma Araújo, presidente da Associação Projeto Semeando a Paz, parceira permanente da “Não Vai Ter Psiu!”, fez um discurso muito contundente e que emocionou os presentes relatando uma história pessoal de luta e superação. Foi muito aplaudida e deu o tom do evento, que foi permeado por histórias dolorosas, mas também por narrativas de coragem, esperança e união entre as pessoas para vencer a violência e a intolerância. A psicóloga, terapeuta conjugal e familiar e mestre em Psicologia Clínica e Cultura, Florença Ávila de Oliveira Costa, falou de estudos e abordagens acadêmicas sobre o assunto e elogiou a iniciativa de se levar esse tipo de debate para estudantes e também para a comunidade em geral.
A psicóloga e professora Vera Lúcia Morselli, criadora e coordenadora desde 2002 do Programa “Em Nome da Vida” de extensão permanente e uma das fundadoras da Associação Centro Oeste de Terapia Familiar (ACOTEF), falou sobre relações abusivas, masculinidade e paternidade, álcool e outras drogas, do ciclo da violência e como rompê-lo, do trabalho desenvolvido por ela com homens que cometeram violências contra mulheres, do despreparo que ainda existe no Poder Judiciário e em muitas forças policiais para cuidar desses casos, como os filhos podem perpetuar a violência que vêem em casa e que os políticos precisam enfrentar e debater seriamente os problemas de violência de gênero. “Temos que educar nossos filhos, homens e mulheres, para respeitarem todos os seres humanos.”
Vera Morselli também citou a importância de profissionais de áreas como psicologia, serviço social, enfermagem e direito, dentre outros, no trabalho com quem agride e quem sofre agressão e as responsabilidades de cada um nas relações afetivas. “Vamos dar continuidade a esse debate o ano inteiro, sempre”, conclamou ela.
Com informações da assessoria de imprensa da Presidência