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À CEI das Contas, presidente do Imas diz que Paulo Garcia foi irresponsável com o instituto

por Guilherme Machado publicado 21/06/2017 19h05, última modificação 22/06/2017 10h59
À CEI das Contas, presidente do Imas diz que Paulo Garcia foi irresponsável com o instituto

Foto: Francisco Carvalho

O presidente do Instituto Municipal de Assistência à Saúde e Social dos Servidores de Goiânia (Imas), Sebastião Peixoto, foi ouvido na reunião desta quarta-feira, 21, da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga as contas da Prefeitura entre os anos 2008 e 2016. Ele também foi presidente entre os anos 2009 e 2011, período que abrangeu os dois últimos anos do mandato de Iris Rezende (2005-2010) e o primeiro ano de Paulo Garcia (2010-2016). 

Ele afirmou que Paulo Garcia foi irresponsável ao deixar de repassar ao Imas o dinheiro que foi descontado referente à contribuição patronal dos servidores ativos e inativos entre maio e dezembro 2015, num total de R$ 24 milhões que foram usados para “pagar outras coisas”, segundo ele, e que não foi desviado para uso pessoal. 

“Na época do Iris, ele passava direitinho, depois que entrou o Paulo Garcia, aí parou de passar.” Mas ele ressaltou que as irregularidades começaram depois de sua gestão, nos dois últimos anos da administração de Paulo Garcia, e que pôde perceber o rombo deixado quando retornou à presidência do instituto este ano.

Sebastião concordou com o vereador Jorge Kajuru (PRP), relator da CEI, que o ex-prefeito cometeu crime e que tem que pagar por ele. Para sanar essa dívida, o Município fez um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público estadual (MP-GO) em que estão sendo pagas 24 parcelas mensais de R$ 1 milhão. Ele afirmou que já foram pagas seis delas. 

A dívida total do Imas é de R$ 39 milhões, mas somando dívidas antigas (desde 2002) com os juros e correções monetárias, ela chega a R$ 152 milhões, segundo o presidente. Ele afirmou que, na sua atual gestão, conseguiu pagar mais de R$ 30 milhões devidos a médicos, pagamentos que foram feitos por meio de indenizações. Ele confessou esta “não ser a forma correta de pagar”, mas que era preciso, pois eles estavam a oito meses sem receber da gestão passada. Outros R$ 9 milhões estão já empenhados para serem pagos aos hospitais e laboratórios que aguardam receber do instituto. 

Ele disse ainda que o Imas, hoje, não dá prejuízo, nem lucro, mas defendeu que a contribuição descontada em folha dos funcionários aumente de quatro para 6% para melhorar a saúde financeira do plano de saúde. 

Mutirama 

Sebastião Peixoto teve sob a sua responsabilidade o Parque Mutirama e o Zoológico em 2015, quando foi presidente da recém-criada Agência Municipal de Turismo, Eventos e Lazer (Agetul). 

Quando perguntado por Kajuru se ele sabia do esquema revelado recentemente de desvio do dinheiro arrecadado nas bilheterias dos dois parques, Sebastião respondeu que ficou sabendo pela imprensa e que ficou surpreso com a notícia. 

Batizada de “Multigrana”, a operação comandada pelo MP-GO descobriu que, a cada fim de semana, eram desviados cerca de R$ 60 mil somente no Mutirama. 

Kajuru enfatizou que o esquema funcionou durante os últimos 12 anos, passando por quatro gestões, incluindo a de Sebastião. Ele contudo, negou que participou ou soube dos desvios, evitando afirmar que houve crime nas outras administrações. 

Presenças e próxima oitiva

Além de Jorge Kajuru, participaram também da reunião os vereadores membros da CEI: Zander Fábio (Pen), presidente da comissão, Jair Diamantino (PSDC), Kleybe Morais (PSDC), Oseias Varão (PSB), Priscilla Tejota (PSD) e Tiãozinho Porto (Pros). Como convidado, participou o vereador Welington Peixoto (PMDB). 

Era esperado ser ouvido também hoje o ex-presidente do Instituto de Previdência do Servidor Municipal (IPSM), Lauro Belchior, que não compareceu. A oitiva com ele foi remarcada para a próxima reunião: segunda-feira, 26, às 14 horas.