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ACADÊMICOS, ARTISTAS E POLÍTICOS DISCUTEM A RECONSTRUÇÃO DO MONUMENTO AO TRABALHADOR

por lucas-ff — publicado 06/04/2016 18h45, última modificação 20/04/2016 11h48
O Monumento ao Trabalhador foi construído em 1959, na administração do prefeito Jaime Câmara, com o apoio do governador de Goiás na época, José Feliciano, a partir da reivindicação de sindicalistas.

A reconstrução do Monumento ao Trabalhador, que deu nome à praça na avenida Goiás, foi discutida hoje (6) na Câmara Municipal de Goiânia. De iniciativa dos vereadores Elias Vaz (PSB), Djalma Araújo (Rede) e Paulo da Farmácia (Pros), o debate envolveu professores, arquitetos e artistas que lutam desde 2003 pelo resgate desta parte da história da capital. 

Participaram da mesa que discutiu a reconstrução representantes do Sintego e da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Salma Saadi; Pedro Wilson, secretário de Direitos Humanos; Amaury Menezes, artista plástico; Geraldo Coelho Vaz, escritor e presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás; Mauro Rubem, da Central Única dos Trabalhadores; professor Marcoantônio Dela Côrte, presidente da Associação dos Anistiados de Goiás; Elizabeth Caldeira, do Conselho Municipal de Cultura, além de professores e pesquisadores da Universidade Federal de Goiás. 

O Monumento ao Trabalhador foi construído em 1959, na administração do prefeito Jaime Câmara, com o apoio do governador de Goiás na época, José Feliciano, a partir da reivindicação de sindicalistas. Foi a obra que mudou o nome da Praça Americano do Brasil, que passou a ser conhecida como Praça do Trabalhador. O Monumento, do artista plástico Clóvis Graciano, era formado por uma estrutura de concreto e painéis de mosaicos, que evocavam as lutas dos trabalhadores em várias partes do mundo.

Mas em 1969 o Monumento foi atingido por piche fervido. Segundo os historiadores, uma retaliação do Comando de Caça aos Comunistas (CCC). Os painéis, com pastilhas de vidro, foram danificados. Na administração seguinte a de Iris, o prefeito Manoel Carlos ordenou a raspagem das pastilhas danificadas, em 1973. E em 1987 Joaquim Roriz determinou a retirada do Monumento, sob a alegação da necessidade de continuar a Avenida Goiás. Pedro Wilson, prefeito de Goiânia em 2003, constituiu um grupo de trabalho para debater a reconstrução do Monumento, mas o projeto não foi levado adiante. 

A superintendente Salma Saadi esclareceu que já existe um projeto de revitalização da Praça do Trabalhador aprovado em Brasília e serão destinadas verbas no total de 8 milhões de reais. O instituto terá apenas 15 meses para executar o projeto. Diante disso, ela sugeriu que o monumento seja reconstruído com verba complementar, dos poderes públicos ou da sociedade civil organizada. Tal monumento será inserido na Praça do Trabalhador após a revitalização.

ENCAMINHAMENTOS – Os vereadores que receberam os integrantes do movimento, liderado pelo professor Pedro Célio Alves Borges, decidiram que irão apresentar moção de apoio à reconstrução do monumento, e agendar audiências com o governador Marconi Perillo e o prefeito Paulo Garcia em nome de todos os que compareceram na audiência pública.

Professor Pedro Célio, que recolhe assinaturas em apoio ao movimento, garantiu que realmente a reconstrução irá depender apenas de vontade política do governador do estado de Goiás e do prefeito municipal. Ele sugeriu ainda que seja aberto um concurso público para a reconstrução do monumento. De acordo com o professor, o artista Helder Rocha Lima, responsável pelos cavaletes da obra original, se prontificou a refazer. 

Foto: José Queiroz
(Michelle Lemes)