Advogados que extorquiam o Setransp serão ouvidos na CEI do Transporte
A Comissão Especial de Inquérito (CEI) do Transporte Coletivo aprovou hoje (18) a convocação dos advogados Júlio César Rabelo e Ney Moura Teles para prestarem esclarecimentos na comissão sobre o processo que respondem no Ministério Público de Goiás de que cometeram crime de extorsão contra o Sindicato das Empresas de Transporte (Setransp), hoje Set. Eles deverão comparecer à Casa nesta quinta-feira, dia 20, às 14 horas, na sala das Comissões.
A denúncia é de que pediram ao sindicato que lhes entregasse R$ 150 mil sob pena de convocarem uma coletiva de imprensa para “expor a verdade sobre os atos praticados durante a licitação na RMTC” ocorrida em 2007. Ney Teles utilizou um vídeo em que o colega Júlio César faz a ameaça a um representante da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC) de tornarem públicas supostas irregularidades da licitação.
Sobre o assunto o vereador Vinícius Ciqueira (Pros) teve aprovado requerimento solicitando ao MP a cópia do processo que apura a extorsão dos advogados à direção da CMTC aberto pelo promotor Humberto Machado.
Além dos dois advogados também prestará depoimento à comissão o ex-presidente da CMTC, Murilo Ulhôa, para que explique a não observância do contrato de licitação em itens que se referem à qualidade do transporte público e a aplicação de reajustes da tarifa sem que as empresas tenham dado a contrapartida de investimentos em melhorias do serviço.
Outro advogado que a comissão pretende ouvir é o que defende as empresas de ônibus nos processos que tramitam no MP, Vladimir Vieira Coimbra. A oitiva ocorrerá no dia 28 de abril, às 14 horas, na Sala das Comissões.
RECURSOS DO SITPASS
A CEI aprovou ainda requerimento de autoria do vereador Jorge Kajuru (PRP) endereçado ao presidente da CMTC, Fernando Meirelles, para que informe o valor que o SET retém das empresas de ônibus para o custeio do Sitpass. Também solicita que informe em qual rubrica na Planilha do Cálculo Tarifário esse valor se encontra e se a CMTC tem controle sobre as aplicações desse dinheiro e como isso é feito.
“Enquanto o usuário sofre com serviços ruins e caros, o SET esbanja dinheiro, já que a importância de R$ 3 a R$ 4 milhões por mês, pagos pelos passageiros do transporte coletivo é retida pelo sindicato”, justifica o vereador, adicionando que “enquanto a CMTC recebe apenas um por cento da receita para fazer a gestão do transporte o que corresponde a R$ 400 mil, o SET recebe cerca de 10 por cento da receita da venda do Sitpass, quantia dez vezes maior”.
Ele recebeu apoio do colega Anselmo Pereira (PSDB) que questionou o fato de que a concessão dada para o Set é uma “relação promíscua entre quem administra e quem fiscaliza o serviço”.
AMEAÇAS
O presidente da CEI, Clécio Alves (PMDB), contou aos colegas que em uma de suas diligências aos terminais, sofreu ameaças de um gerente. Ele repudiou tal atitude e pediu apoio logístico da Casa para que possa continuar a fazer as visitas aos terminais, utilizando inclusive os ônibus para verificar a qualidade do serviço.
Ele prometeu trazer às próximas reuniões documentos que mostram o acordo assinado em 2014 entre a CDTC, Governo de Goiás, empresas concessionárias e Ministério Público de que no prazo de dez dias aumentariam a quantidade de ônibus em mais 50 veículos e as viagens em mais duas mil, totalizando 13 mil. “A cidade cresceu, a quantidade de passageiros aumentou, surgiram novos bairros e nada mudou. Pelo contrário, o serviço continua horroroso”, afirmou Clécio.
SERVIÇO – Próximos depoimentos:
Dia 20/04/17 (quinta-feira) – 14 Horas – sala das Comissões – Advogados Julio César Rabelo e Ney Moura Teles; ex-presidente da CMTC Murilo Ulhôa
Dia 25/04/17 (terça-feira) – 8 horas –sala da Presidência – reunião ordinária
Dia 28/04/17 (sexta-feira) – 14 horas - sala das Comissões – Advogado Vladimir Vieira Coimbra