Andrey Azeredo destaca a força do exemplo no combate à desvalorização da mulher
“Não se trata de uma bandeira apenas dos movimentos feministas, a igualdade de direitos entre os gêneros tem que ser defendida por todos”, conclamou o presidente da Câmara Municipal de Goiânia, vereador Andrey Azeredo (MDB), na manhã de hoje, durante palestra na abertura da 11ª Semana Nacional da Justiça Pela Paz em Casa no mezanino da Universidade Salgado de Oliveira (Universo), no Setor Sul.
A cerimônia abriu as atividades da Semana, que se estenderá até o próximo dia 24. Ao longo do evento, estão previstas mais de 1.000 audiências relativas à violência de gênero em processos referentes à Lei Maria da Penha, sendo 200 delas só em Goiânia. A mobilização foi criada em 2015 pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e é promovida em Goiás pela Coordenadoria Estadual da Mulher Em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do Estado (TJ-GO), presidida pela desembargadora Sandra Regina Teodoro Reis. Nas 10 edições anteriores, em todo o Brasil, foram contabilizados mais de 147 mil audiências, 127 mil sentenças, 995 Tribunais do Júri e 65 mil medidas protetivas.
O objetivo do evento é o de concentrar esforços para a realização das audiências, debater os temas propostos para reforçar a conscientização e oferecer, gratuitamente, atendimentos psicológicos, jurídicos, de beleza e sessões de círculo reflexivo com o tema “Atenção a mulheres vítimas de violência”, dentre outros serviços. A Semana ocorre anualmente em março em homenagem ao dia das mulheres; em agosto, por ocasião do aniversário da promulgação da Lei Maria da Penha, e em novembro durante a semana internacional de combate à violência de gênero, estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Mudança de comportamento
Como primeiro palestrante e o idealizador da campanha "Não Vai Ter Psiu!" de combate ao assédio e pela valorização da mulher, o presidente Andrey falou sobre “As raízes do feminicídio e a importância da conscientização de meninos e homens”. Em seu discurso e nas entrevistas concedidas à imprensa no local, Andrey destacou o poder do exemplo para educar as crianças e os jovens quanto à igualdade entre os gêneros e que essa mudança de comportamento por um mundo mais justo precisa começar na família, nos lares.
“Precisamos conscientizar, em especial, os meninos, a próxima geração, de que as mulheres têm os mesmos direitos e o mesmo valor social que os homens. Não é porque somos fruto de uma sociedade patriarcal e machista que devemos passar conceitos ultrapassados para os nossos filhos. É com o exemplo, tratando com respeito, amor e atenção as mães, esposas, namoradas, filhas, irmãs e conhecidas que modificaremos essa realidade e faremos com que o número de violências contra a mulher, crescente em nosso País, possa realmente ser reduzido,” enfatizou o presidente.
Leis que protegem
Em relação às mudanças na legislação brasileira que buscam garantir às mulheres até mesmo os direitos mais básicos, como o direito de ir e vir com segurança, Andrey destacou: “De forma crescente e ordenada, sempre atentos aos fatos sociais, no âmbito nacional e de forma clara, os legisladores penais vêm tipificando condutas como criminosas para que possamos gerar um arcabouço jurídico ainda mais sólido. O objetivo é dar respaldo às mulheres para punir quem as agride, diminuir essa violência que atinge toda a sociedade e injetar novos conceitos no ordenamento jurídico brasileiro.”
Ônibus feminino exclusivo
Questionado pelos repórteres sobre a implantação de um ônibus exclusivo para mulheres em Goiânia, projeto que já esteve em pauta na Câmara, o presidente afirmou que “todo debate que procura jogar luz sobre um tema complexo e importante como esse é necessário. Alguns dizem que isso gera discriminação e um benefício só para as mulheres e esse argumento pode ter uma parcela de razão, mas esse projeto do ônibus só surgiu porque em todos os outros veículos a mulher é bolinada, apertada, agredida e sofre até tentativas de estupro. Tudo num ambiente onde homens e mulheres convivem no dia-a-dia.”
Ainda sobre o tema, Andrey acrescentou que o poder público estadual deveria garantir a segurança das pessoas, mas, “se isso não ocorre, o legislador municipal, o vereador, dentro da sua competência, busca protegê-las com projetos como esse enquanto o ente estatal não cumpre o seu papel. Se nós tivéssemos as instituições funcionando plenamente e garantindo às mulheres os seus direitos, não teríamos a necessidade de ônibus exclusivos.”
Quanto à campanha “Não Vai Ter Psiu!”, o presidente ressaltou que ela também visa despertar nas mulheres a certeza de que elas têm que agir, denunciar e buscar ajuda para que as agressões, sejam verbais, físicas, ou até tentativas de homicídio, sejam coibidas. “Já fizemos 10 eventos na Capital e em Aparecida de Goiânia envolvendo acadêmicos, profissionais liberais, delegados e outros, sempre com o intuito de conscientizar, seja a mulher que muitas vezes desconhece os seus direitos, bem como os homens da necessidade de reconhecer o valor das mulheres e respeitá-las integralmente.”
Vidas em transformação
Andrey ainda relatou que, ao longo da campanha, a equipe organizadora já ouviu relatos de mulheres que eram vítimas de agressões e que, após as palestras e a conscientização, tiveram a coragem de denunciar agressores e hoje encontram-se em segurança e vivendo com mais liberdade e tranquilidade.
TJ e Não Vai Ter Psiu!
Em 3 de junho de 2017 o presidente Andrey Azeredo formalizou uma parceria entre a campanha “Não Vai ter Psiu! Semeando a Paz” com o TJ - GO através da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar. A união foi selada com a desembargadora Sandra Regina Teodoro Reis e contou com o apoio do presidente do Tribunal, o desembargador Gilberto Marques Filho. No ano passado, duas edições de encontros da campanha, em junho e agosto, foram sediadas em unidades do Judiciário goiano, no TJ (Setor Oeste) e no Fórum Cível da Comarca de Goiânia (Park Lozandes), este último fazendo parte da 8ª Semana da Justiça Pela Paz em Casa e com o apoio da diretora do Foro, a juíza Maria Socorro de Sousa Afonso da Silva, que deu total respaldo à iniciativa.
Texto produzido pela assessora Polliana Martins