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Anselmo convida Dom Washington Cruz para falar sobre Campanha da Fraternidade 2018 na Câmara, nesta quinta-feira

por Patrícia Drummond publicado 20/03/2018 15h15, última modificação 20/03/2018 17h16

O vereador Anselmo Pereira (PSDB) apresentou requerimento convidando o arcebispo de Goiânia, Dom Washington Cruz, para falar em Plenário, na Câmara, na próxima quinta-feira (22), sobre o tema da Campanha da Fraternidade 2018: Fraternidade e Superação da Violência.

Ao entrar este ano em sua 55ª edição, a Campanha da Fraternidade tem sua origem em um grande evento que marcou a história da Igreja no Mundo: o Concílio II do Vaticano. No início da década de 60 no Brasil, precisamente em 1961, três padres, responsáveis pela Cáritas no Brasil, idealizaram uma campanha, cujo objetivo era angariar fundos para atividades assistenciais. A esta ideia deram o nome de Campanha da Fraternidade, e foi realizada pela primeira vez na Quaresma de 1962, em Natal, capital do Rio Grande do Norte. A repercussão da iniciativa ocorreu rapidamente, e, no ano seguinte, 16 dioceses do Nordeste realizaram a campanha. Apesar de não obterem êxito financeiro, essas campanhas foram os movimentos iniciais para que a Campanha da Fraternidade despertasse interesse em todo o País, de modo que, na Quaresma de 1964, foi lançada e divulgada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) a primeira Campanha da Fraternidade de abrangência nacional, com o tema Igreja em Renovação.

O grande objetivo da Campanha da Fraternidade é despertar nas pessoas o senso de Justiça Social, de fraternidade e de amor ao próximo. É recordar que todos nós somos irmãos e irmãs. Para isso, a cada ano, a Igreja no Brasil escolhe uma temática que ajuda as nossas comunidades e toda a sociedade civil a ampliar sua reflexão sobre o tema em questão”, destaca o padre Luís Fernando da Silva, secretário executivo das campanhas da CNBB, em entrevista ao Jornal Santuário de Aparecida.

Perspectivas

Neste 2018, segundo ele, o que motivou a escolha do tema Fraternidade e Superação da Violência por parte da CNBB foi o aumento dos índices de violência no Brasil. A taxa de homicídios no País é mais alta do que em países como a Síria, uma nação que está em guerra. Em 1983, a Campanha da Fraternidade abordou a mesma temática e foi constatado que, no Brasil, havia uma carência de mapear as zonas de maior incidência de violência. O grande fruto, naquele ano, foi a criação de instrumentos que garantissem um panorama da violência.

O texto-base de 2018 faz uma reflexão a partir de duas perspectivas: a violência direta e a violência cultural. A primeira é definida como aquela que é mais evidente - como homicídios, assaltos, agressões. Numa segunda linha, o texto-base trata da violência cultural - como a intolerância religiosa e o preconceito racial, por exemplo, que são pequenas violências cometidas no nosso dia a dia e que vão se inserindo em nosso contexto sócio-cultural sem que percebamos.

De acordo com o padre Luís Fernando da Silva, “a sociedade vai se acostumando a essas circunstâncias de violência e vai se tornando omissa”. “Não fazemos uma mobilização para cobrar politicas públicas. Acreditamos que, juntos, podemos superar a violência”, arremata.