Anselmo diz que fará ampla defesa sobre denúncia do MP
"Fiquei surpreso, mas estou tranquilo e vou exercitar o meu amplo direito de defesa". Assim o vereador Anselmo Pereira, PSDB, ocupou a tribuna da Câmara na sessão de hoje (1º) para falar sobre a denúncia feita pelo Ministério Público estadual, através da promotora Leila Maria de Oliveira. Ela requereu à Justiça que fiquem indisponíveis bens do vereador de mais de R$ 6 milhões, em decorrência de superfaturamento na contratação de serviços de manutenção do edifício da Câmara, nos dois anos que ele ocupou a presidência da Casa (2015 e 2016).
Na primeira ação, o MP pede o bloqueio de bens do vereador, acima de R$ 2 milhões, por ilegalidades na execução do programa Câmara Itinerante. Da tribuna, ele disse que vê com naturalidade a ação do MP. "Dizer que este Poder não pode fazer uma Câmara Itinerante, seria o mesmo dizer que a Prefeitura não pode realizar seus mutirões nos bairros de Goiânia".
"Mas o mais grave", cita ele, "é que a segunda denúncia fui pego de surpresa. Ou seja, abriu-se um procedimento e não fui comunicado. A parte interessada não foi intimada. Tomei conhecimento pelas redes sociais. Ademais, nessa denúncia, não se considerou que foram 24 meses de manutenção da Câmara, não sendo considerado o que foi feito nas reformas (banheiros, iluminação etc). Vou discutir no mérito jurídico. Por que não se tem uma condenação, não é peculato, não tem dolo".
"Portanto", prosseguiu, "estou tranquilo. Estou triste porque o MP não quis me ouvir. A notícia saiu primeiro na imprensa. Vou fazer a justificativa no Poder Judiciário, exercitando meu amplo direito de defesa". Ele distribuiu uma nota garantindo que "todo o processo de licitação seguiu as normas legais vigentes, inclusive com parecer favorável da Procuradoria da Câmara. Todos os serviços foram devidamente executados. Vou esclarecer todos os pontos no momento oportuno. Confio na Justiça".
AFASTAMENTO
O vereador Jorge Kajuru (PRP), que foi quem fez as denúncias ao Ministério Público, também ocupou a tribuna da Câmara para falar sobre o assunto. Inicialmente, ele sugeriu ao colega Anselmo Pereira para se afastar do cargo. "Peço seu afastamento para o bem dele. Ele terá tempo para acelerar sua defesa na Justiça, de provar sua inocência. Ademais, trata-se de uma denúncia grave e que não pode ficar como está", diz Kajuru.
Segundo ele, outra preocupação sua com o caso é o desgaste da Câmara perante a sociedade goianiense. "Não é saudável ele continuar no cargo com o bloqueio de bens de mais de R$ 11 milhões. Este Poder tem de dar uma satisfação aos goianienses. Que isso seja feito através de Anselmo Pereira e desta Casa. Sou responsável por 100% dessas denúncias. Quem entregou os documentos para a promotora fui eu. Mas não tenho nenhum problema pessoal com o Anselmo. Só quero que os fatos sejam esclarecidos para o bem dele, deste Poder e desta Cidade", concluiu Kajuru.