Audiência discute soluções para sistema de drenagem de Goiânia
Foi realizada na tarde desta quinta-feira, 10, no Auditório Carlos Eurico da Câmara Municipal de Goiânia uma Audiência Pública sobre a Drenagem Urbana e a Adequação das Galerias Pluviais às Novas Demandas da Cidade. No evento, organizado pelo vereador Gustavo Cruvinel (PV), presidente da Comissão de Meio Ambiente da Casa, foram apresentadas soluções para os problemas estruturais relacionados às inundações que assolam Goiânia.
Estiveram presentes à mesa de debates, além de Gustavo Cruvinel, o vereador Lucas Kitão (PSL), apoiador do evento; o secretário Municipal de Infraestrutura, Dolsonan Matos; o presidente da Agência de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos de Goiânia (ARG), Paulo César Pereira; e o representante da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh), Flávio Martins. A Audiência Pública ainda contou com a participação de Ademaldo Cabral, presidente da Ademaldo Construções, e também com os professores Regina Amorim e Elias Toledo, da Uni-Anhanguera, acompanhados da formanda Ana Célia Souza.
Problemas estruturais
Dolsonan Matos, em sua fala, apresentou sua preocupação com a falta de estruturação de bairros inicialmente residencias e que sofreram com a verticalização. “Começam a impermebilizar estacionamentos, quintais das casas residenciais que se transformaram em escritórios. Um exemplo crasso é o Estádio Serra Dourada. Em função de jogo da seleção brasileira, fizeram a impermeabilização de todo o entorno da área, sem preocupação de fazer uma bacia de acumulação”, destacou.
O titular da Seinfra também lembrou o caráter de urgência da situação para evitar uma catástrofe a partir do mês de outubro, após o período da seca. “Essa é a preocupação; a questão de manter a cidade limpa, criar poços de infiltração e de acumulação de água”, recomendou. Dolsonan concluiu afirmando que “devemos tornar Goiânia mais permeável”.
Paulo César Pereira, presidente da ARG, revelou planos da Prefeitura, que já contratou uma empresa para a elaboração de saneamento básico. O início dos trabalhos, segundo ele, está previsto ainda para este mês de maio. “Esse trabalho prevê o diagnóstico dos quatro serviços básicos que representam o saneamento básico. O diagnóstico de abastecimento de água na capital, do esgotamento sanitário, da limpeza urbana e da drenagem urbana”. Ressaltou.
Ainda de acordo com Paulo César, o diagnóstico revelará a percepção da real situação de Goiânia, bem como possibilitará a identificação dos pontos críticos. “Dessa forma, seria evitado a tomada de medidas intempestivas, improvisadas, apenas curativas de problemas que carecem de uma compreensão holística, de uma compreensão do seu todo”, concluiu o representate da Seinfra.
Já Flávio Martins, representante da Seplanh, reforçou a questão de educação de cada um e ajuda da população. Para ele, em alguns casos, após a regularização e fiscalização da obra, o proprietário acaba burlando as regras e impermeabiliza a construção. “Onde havia uma área permeável, acaba virando uma área cimentada”, argumentou.
Soluções
Na tentativa de apresentar soluções para os problemas estruturais e as inundações de Goiânia, a professora Regina Amorim, o professor Elias Toledo e a formanda Ana Célia Souza, da instituição Uni-Anhanguera, juntamente com Ademaldo Cabral, expuseram diversos projetos para enfrentar as adversidades.
Foram apresentadas técnicas alternativas e sustentáveis para conter as inundações em três níveis diferentes. O primeiro é a contenção na fonte, que engloba a reservação na edificação, telhados verdes e infiltração residencias. O segundo é a contenção no entorno imediato, com pavimentos permeáveis, planos e valas de infiltração, jardins de chuva, poços de infiltração. Já a terceira é a contenção posterior, com o armazenamento temporário, bacias de detenção e espelhos d’água.
(Por Gabriel Hamon – estagiário vinculado à PUC Goiás)