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AUDIÊNCIA HOJE VAI DISCUTIR REVITALIZAÇÃO DA PRAÇA DO TRABALHADOR

por lucas-ff — publicado 06/04/2016 07h55, última modificação 20/04/2016 10h55
A reunião ocorre às 15 horas com presença de representantes das universidades e do Iphan

Audiência pública nesta quarta-feira, a partir de 15 horas, no auditório Carlos Eurico, na Câmara Municipal de Goiânia, vai discutir a reconstrução do Monumento ao Trabalhador, que deu nome à praça na Avenida Goiás e em frente ao prédio do Legislativo. A iniciativa é dos vereadores Elias Vaz (PSB), Djalma Araújo (Rede) e Paulo da Farmácia (Pros), atendendo ao pedido de professores, arquitetos e artistas que lutam desde 2003 pelo resgate dessa parte da história da capital.

Foram convidados representantes da PUC-GO, Universidade Federal de Goiás (UFG), Agência Municipal de Meio Ambiente, Secretaria Municipal de Cultura e de Direitos Humanos, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan-GO), Associação dos Anistiados pela Cidadania e Direitos Humanos de Goiás (Anigo), Central Única dos Trabalhadores de Goiás, Força Sindical e diversos sindicatos, como o dos Arquitetos e Urbanistas do Estado de Goiás, entre outras entidades. “O Monumento tem uma simbologia muito importante, faz parte da luta dos trabalhadores. Temos que respeitar a nossa história e a do nosso povo”, afirma o vereador Elias Vaz.

Monumento

O Monumento ao Trabalhador foi construído em 1959, na administração do prefeito Jaime Câmara, com o apoio do governador de Goiás na época, José Feliciano, a partir da reivindicação de sindicalistas. “O local foi incorporado às lutas sociais em Goiânia. Ali passaram a acontecer, por exemplo, comemorações do 1º de Maio, assembleias de greves e manifestações políticas”, conta o professor da UFG Pedro Célio Alves Borges, um dos idealizadores do movimento que pede a reconstrução do Monumento.

Foi a obra que mudou o nome da Praça Americano do Brasil, que passou a ser conhecida como Praça do Trabalhador. O Monumento, do artista plástico Clóvis Graciano, era formado por uma estrutura de concreto e painéis de mosaicos, que evocavam as lutas dos trabalhadores em várias partes do mundo.

Mas em 1969 o Monumento foi atingido por piche fervido. Segundo os historiadores, uma retaliação do Comando de Caça aos Comunistas (CCC). Os painéis, com pastilhas de vidro, foram danificados. “O prefeito na época, Iris Rezende, não adotou nenhuma medida para evitar a deterioração do Monumento. Com o passar do tempo, as peças foram se descolando das bases de concreto que davam sustentação aos painéis”, lembra o professor Pedro Célio.

Na administração seguinte a de Iris, o prefeito Manoel Carlos ordenou a raspagem das pastilhas danificadas, em 1973. E em 1987 Joaquim Roriz determinou a retirada do Monumento, sob a alegação da necessidade de continuar a Avenida Goiás. Pedro Wilson, prefeito de Goiânia em 2003, constituiu um grupo de trabalho para debater a reconstrução do Monumento, mas o projeto não foi levado adiante. “Acelerou-se a tendência de esquecimento coletivo da obra e de sua carga simbólica para a classe trabalhadora e a cultura local. À repressão política inicial, somaram-se o desinteresse e a razão tecnocrática de sucessivas gestões”, afirma Pedro Célio Alves Borges.

O que o grupo que se mobiliza para recuperar parte da história da capital propõe é incluir a reconstrução da obra na pauta da discussão sobre a revitalização da Praça do Trabalhador. “Esperamos o apoio da administração municipal e do governo estadual para que essa história não seja perdida e que seja refeita a obra”, explica o professor. (Do gabinete do vereador)

(Quézia Alcântara)