Audiência pública discutiu o sistema de compensação de energia proposto pela ANEEL
A ANEEL criou em 2012 um sistema de compensação de energia, que permite que os consumidores possam produzir a própria energia em suas unidades consumidoras. O excedente de energia produzido pelas unidades podem ser injetados nas redes de distribuição e compensado com o consumo nos horários em que não há produção de energia.
Para que a geração distribuída, proveniente de fontes renováveis, continue crescendo e trazendo benefícios para o país , com grande geração de empregos, benefícios ambientais e para o setor elétrico, é importante que seja de forma sustentável, com um arcabouço legal que garanta a segurança jurídica e os recursos necessários para o seu desenvolvimento. Nesse contexto, o vereador Mauro Rubem realizou audiência pública, na Câmara de Goiânia, nessa quinta-feira, 25 , primando pela universalização do acesso à energia elétrica.
"Ocorre que ainda hoje, em pleno ano de 2021, com toda a tecnologia disponível, muitas famílias do campo ainda vivem no escuro. A energia elétrica é um bem público que merece ser levada a toda a população brasileira. São várias as externalidades positivas que a energia traz, vai desde o acesso à informação, passando pela mudança econômica das famílias e da localidade, com repercussões na saúde, na educação e na qualidade de vida da população. Em última instância, muito além de energia, estamos falando de levar dignidade a uma gama de brasileiros ainda não assistidos por esse bem público", esclareceu o propositor.
Participaram da discussão, de forma híbrida, Nayanne Brito, engenheira de energia pela Universidade de Brasília, com 10 anos de experiência no setor elétrico e especialista em energia e regulação na Lemon Energia; João Carlos Moreno, formado em Administração de Empresas e consultor em implantação de usinas fotovoltaica; professor Fernando Nunes Belchior, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Federal de Goiás; entre outros.
Durante sua exposição, o professor Fernando Nunes Belchior ressaltou que a UFG dá um passo em direção à energia renovável, com a existência de um comitê gestor que estuda as diversas maneiras de reduzir o consumo de energia da instituição, com a geração de energia fotovoltaica e garantiu que a UFG tem economizado 4,6 milhões de reais por ano com a energia solar.
Heliomar Pedrosa, que representou o Sindicato dos Urbanistas do Estado de Goiás (STIUEG), o consumo doméstico corresponde a apenas 30% no Brasil. "O meu temor é transferir ao consumidor a responsabilidade pelos destinos energéticos da humanidade. Ao discutirmos a regulamentação do setor para energia renovável, a solar e a eólica, sem discutirmos o poder do setor energético brasileiro é vender a ilusão de um capitalismo verde, sustentável e autônomo", pontuou.
Nayanne Brito reforçou que o Brasil é um país com potencial de energia limpa, mas é preciso favorecer a diversidade das fontes e estimular a geração compartilhada. Para o vereador Mauro Rubem, essa audiência mostrou como é importante o papel estratégico do Estado já que todas essas possibilidades poderiam ser produzidas por ele. (Texto de Michelle Lemes)