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Audiência Pública reúne artistas e órgãos governamentais para discutir Palácio da Cultura

por Patrícia Drummond publicado 22/06/2022 19h45, última modificação 23/06/2022 14h58
Funcionamento do novo espaço, a ser criado na antiga sede da Assembleia Legislativa, é aguardado com expectativa pelo segmento

A Câmara Municipal de Goiânia promoveu, na tarde desta quarta-feira (22), no Plenário da Casa, sob iniciativa do vereador Mauro Rubem (PT), Audiência Pública para debater a construção do Palácio da Cultura na antiga sede da Assembleia Legislativa, no Bosque dos Buritis, no Setor Oeste. O evento – realizado de forma híbrida, presencial e online, por meio de plataformas digitais, com transmissão pelo canal da Câmara no YouTube - contou com a presença de agentes e produtores culturais, artistas e coletivos de diferentes segmentos atuantes na área, representantes de entidades classistas, de instituições de ensino e de órgãos governamentais.

Transferida, há cerca de seis meses, para o Park Lozandes, Região Sudeste da capital, a Assembleia Legislativa de Goiás funcionou, durante mais de 60 anos, no prédio pertencente à Prefeitura de Goiânia. Com a devolução do imóvel, o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) anunciou, em março passado, que o local será destinado ao Palácio da Cultura, aonde passarão a funcionar a Secretaria Municipal de Cultura (Secult), o Centro Livre de Artes, o Museu de Arte de Goiânia e a Orquestra Sinfônica. Conforme afirmou, à época, o prefeito, a criação do Palácio da Cultura, além de valorizar a área cultural no Município, representará uma economia, para os cofres públicos, de cerca de R$150 mil mensais, dispendidos com o pagamento de alugueis.

Demandas

Nesta quarta-feira, durante a realização da Audiência Pública, os pronunciamentos da maioria de artistas e produtores culturais foram em apoio à iniciativa, mas, também, de expectativas quanto às ações a serem desenvolvidas no novo local e o incremento de políticas públicas efetivas para o segmento, na cidade. Eles destacaram a importância de um lugar que não só abrigue grupos e organizações culturais; reivindicaram que o espaço possibilite, ainda, a exposição e a comercialização de produtos. Durante a pandemia, segundo argumentaram, a Arte teve dificuldades para sobreviver em Goiânia e em Goiás, devido à interrupção das atividades, por causa das medidas restritivas, bem como dos programas de incentivo. O Palácio da Cultura seria, então, fundamental nesta retomada.

Presente ao debate, o secretário municipal de Cultura, Zander Fábio, ressaltou que a ideia é transferir, para o local, o Cine Ouro, a Orquestra Sinfônica de Goiânia e o Coro Juvenil. De acordo com ele, a estrutura do prédio é ideal para abrigar diferentes projetos e manifestações artísticas. “Existem até ilhas de edição montadas lá. O espaço é amplo o suficiente para abrigar os grupos, estimular a Arte e levar bem-estar e cultura à população goianiense. Vamos ter, também, mais segurança na Região, porque será um local movimentado”, ponderou. O secretário apontou, ainda, o papel da Câmara no apoio à Cultura no Município: “Os vereadores destinaram R$ 8,4 milhões em emendas impositivas. Só o vereador Mauro Rubem contribuiu com R$ 440 mil”, lembrou.

Além de Zander Fábio, participaram da Audiência Pública o superintendente de Fomento e Incentivo à Cultura do Estado de Goiás, Vítor Cadillac; a coordenadora de Cultura da Câmara Municipal de Goiânia, Ana Rita de Castro; o diretor do Circo Laheto, Maneco Maracá; e Janaína Soldera, membro do Conselho Municipal de Cultura. Os participantes do evento decidiram, junto com o vereador Mauro Rubem, apresentar uma moção de apoio à instalação do Palácio da Cultura no antigo prédio da Assembleia Legislativa. Por enquanto, não há data oficial para a inauguração do novo centro cultural. A expectativa é de que, ainda este ano, todo o espaço esteja ocupado.

Moderno e simbólico

O prédio do futuro Palácio da Cultura foi construído na década de 1960, projetado com as linhas da arquitetura moderna. Segundo a urbanista, professora e doutoranda no Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) da Universidade Federal de Goiás (UFG), Simone Borges, a proposta para a antiga sede do Parlamento Goiano foi encomendada ao arquiteto Eurico Calixto de Godoi e contou com a colaboração de Elder Rocha Lima. A professora, que trabalhou com Eurico e pesquisa o trabalho do arquiteto há mais de 30 anos, considera a obra um dos edifícios mais importantes da arquitetura moderna, tanto de Goiás quanto do Brasil.

“O projeto original continha apenas dois blocos: em um bloco ficavam os gabinetes dos deputados e, o outro bloco, abrigava o refeitório e o plenário. Por dentro do bloco principal, pilares e janelas. As divisórias entre os ambientes eram móveis, bastante características desse estilo”, contou a pesquisadora, em entrevista à Agência de Notícias da Assembleia Legislativa. “Um prédio com essa concepção, projetado em pleno Planalto Central, é um marco histórico”, acrescentou Simone, ao defender a preservação do prédio: “Mesmo com as adaptações feitas ao longo do tempo, é preciso preservar esse patrimônio, dando uma destinação compatível ao valor que ele tem”.

 

A íntegra da Audiência Pública sobre o Palácio da Cultura, realizada nesta quarta-feira, pode ser conferida por meio do link:

https://youtu.be/Xcpva10nhAY