Câmara aprova criação do programa Jovem é o Futuro
A Câmara Municipal de Goiânia aprovou, por unanimidade, nesta terça-feira (19), projeto de autoria do vereador Emilson Pereira (Podemos), que institui o programa Jovem é o Futuro, oferecendo a adolescentes de 14 a 18 anos a oportunidade do primeiro emprego na administração municipal, sem comprometimento dos estudos. O vereador explica que a ideia partiu do Cidadão 2000, implantado em 1993 pelo então prefeito Darci Accorsi e extinto em 2004, com o fim da administração de Pedro Wilson. Emilson Pereira conta que buscou a parceria de professores e de membros do Juizado da Infância e Juventude para elaborar o novo projeto. “Goiânia pode sair na frente no país com esse programa, que não compromete os estudos dos jovens e pode gerar renda para investimento na educação.”
A coordenadora do Fórum de Erradicação do Trabalho Infantil, Katleen Pires de Lima, esteve presente na sessão para apoiar o projeto de Emilson. De acordo com ela, a inclusão laboral do jovem como aprendiz é a melhor maneira de manter o jovem na escola, oferecendo a ele uma capacitação profissional de qualidade, além de se tratar de uma ferramenta fundamental no combate ao trabalho infantil. “Também é vantajoso para as empresas, que têm redução de 6% na alíquota do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS)”, explica.
Para a diretora do Foro e do Juizado da Infância e Juventude de Aparecida de Goiânia, Stefane Fiuza, o Jovem é o Futuro auxiliará na redução dos atos infracionais cometidos por jovens com idade entre 14 e 18 anos. Segundo ela, em Aparecida de Goiânia, após implantação de projeto semelhante, a queda foi de 30%. “Se o jovem pode trabalhar e ter uma renda, conciliando trabalho e estudo, ele não vai se envolver em atos ilícitos”, afirma, destacando que o projeto será o melhor investimento da prefeitura na área da infância e juventude.
Os jovens da capital também demonstraram apoio ao projeto e lotaram as galerias da Câmara, à espera da aprovação do Jovem é o Futuro. Analice Penic, 14 anos, espera cursar faculdade de fotografia e comemora a possibilidade de começar a trabalhar. Para ela, as horas dedicadas à nova atividade não vão atrapalhar os estudos e garantirão conhecimentos para toda a vida. Com o salário, ela pretende ajudar os pais em casa e comprar “umas coisinhas”.
Lucas Rodrigues, 17 anos, afirma que conciliar trabalho e estudo será positivo para torná-lo mais responsável e focado. Ele pretende guardar o dinheiro para ajudar nos custos da faculdade. O mesmo deve fazer Roberta Rodrigues, que veio do interior do Estado para estudar e divide a casa com outras duas amigas. “É difícil ficar longe de casa, mas vale a pena. O trabalho vai me ajudar com as despesas e com a faculdade de Matemática”, diz. Andréia de Jesus, 18 anos, começará a trabalhar no início do mês de julho e está empolgada. Ela cursa faculdade de Contabilidade e usará o salário para tirar habilitação e comprar uma moto. (Foto: Alberto Maia)