Ex-diretor de Transportes da Comurg aponta redução de custos e pleno funcionamento de frota com manutenção preventiva
A Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga supostas irregularidades na gestão da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) ouviu, na tarde desta terça-feira (6), o ex-diretor de Transportes do órgão, Luiz Carlos Cascão. Ele ocupou o cargo – por indicação do ex-prefeito Iris Rezende – entre janeiro de 2017 e abril de 2021, e alegou ter se desligado da função por questões políticas, com afastamento do MDB em relação ao governo de Rogério Cruz (Republicanos).
Em depoimento à CEI, Cascão afirmou ter alcançado economia e bons resultados na administração da frota de caminhões da Comurg, com prioridade à manutenção preventiva, durante sua gestão. Segundo ele, houve redução em gastos com reposição de peças e pneus, de R$ 16 milhões para R$ 10 milhões, no primeiro ano de trabalho – valor que chegou a R$ 7 milhões em 2020, mesmo com envelhecimento e desgaste natural de veículos.
“Estabelecemos o critério da manutenção preventiva em nossa gestão. Além de manter veículos rodando com segurança, isso representa redução de custos muito grande”, argumentou. “Porque você não vai ter caminhões trabalhando até uma roda ou um eixo cardan cair, ou até um pneu estourar, por exemplo, mas você vai ter alguém verificando tudo e colocando na oficina, sempre que necessário, para manutenção”, acrescentou.
Vida útil prolongada
De acordo com o ex-diretor de Transportes da Comurg, com manutenção em dia e feita de forma adequada, a vida útil de caminhão utilizado para coleta de lixo pode chegar a até cinco anos. “No nosso caso, a frota era de 2013 e foi mantida até o último ano do governo Iris, em 2020. Ou seja, assumimos a administração de caminhões com quatro anos de uso e eles foram utilizados por mais quatro anos”, ressaltou.
Luiz Carlos Cascão lembrou que, em 2020, a Comurg adquiriu 49 novos caminhões – desenvolvidos especialmente para coleta de lixo e somados à frota antiga, de 87 veículos. Segundo o depoente, ao deixar o cargo de diretor, há cerca de dois anos, a companhia contava com mais de 70 caminhões aptos para o serviço.
Para o presidente da comissão, vereador Ronilson Reis (sem partido), o depoimento do ex-diretor corrobora tese sobre equívocos na atual administração da Comurg. “Ele ficou quatro anos e três meses na diretoria; pegou a gestão anterior e o início da atual. Pelo que nos apresentou aqui, em relatórios, ficou comprovado que houve redução de gastos e que a frota funcionava normalmente, o que não está ocorrendo agora. Os caminhões não estão nas ruas, estão parados; falta manutenção preventiva; há desperdício de dinheiro público e nenhuma qualidade na prestação do serviço aos munícipes”, afirmou.