Você está aqui: Página Inicial / Sala de Imprensa / Notícias / CEI da Saúde denúncia à polícia morte de pacientes por falta de UTI

CEI da Saúde denúncia à polícia morte de pacientes por falta de UTI

por Heloiza Amaral publicado 07/03/2018 08h25, última modificação 08/03/2018 10h13

CEI da Saúde denúncia à polícia morte de pacientes por falta de UTI

 

Vereadores entregaram ao titular da Delegacia de Homicídios, Thiago Damasceno, denúncia de seleção de pacientes para leitos de UTI credenciados ao SUS, que, em muitos casos, resulta em mortes. “O que os vereadores trouxeram aqui são fatos graves, que envolvem a saúde pública de Goiânia e que serão apurados. Repassaremos o caso à Superintendência da Polícia Civil, que vai determinar qual delegacia deve realizar essa investigação”, explica Damasceno.

O relator da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que apura a situação da Saúde na capital, vereador Elias Vaz (PSB), entregou ao delegado relatório oficial, enviado pela própria prefeitura, que comprova a existência de leitos de UTI do SUS desocupados diariamente, enquanto há lista de espera por vagas. “Pacientes com tratamento mais caro não conseguem vaga. Isso tem acontecido principalmente com idosos. É uma fila criminosa de pessoas que aguardam vagas, mesmo havendo leitos disponíveis. Está claro que há uma seleção de pacientes e que a secretaria municipal de Saúde é omissa. Ainda hoje temos esse problema. No momento em que nos reunimos com o delegado, havia 83 pessoas aguardando por UTI, segundo o site da prefeitura”, afirma o vereador.

Relatório

O relatório encaminhado pela secretaria municipal de Saúde tem dados sobre a ocupação diária dos leitos de UTI cadastrados ao SUS de agosto de 2016 a agosto de 2017. Segundo o documento, entre agosto e dezembro de 2016, havia, em média, 89 leitos desocupados de UTI adulto no Município e 172 leitos ocupados. A média subiu de janeiro a agosto de 2017, ficando em 128 leitos desocupados e 169 ocupados.

Elias Vaz entregou à polícia, além do relatório, uma listagem de pacientes que morreram em unidades de saúde no ano passado, segundo relação encaminhada pela prefeitura. Foram 475 mortes. “Certamente muitos desses pacientes teriam uma chance, se tivessem acesso a uma vaga de UTI”, destaca o vereador. Ele também encaminhou ao delegado cópias de reportagens de TV que relatam a morte de pacientes que aguardavam por leitos. Uma delas, exibida em 6 de setembro de 2016, informou a morte de uma idosa no dia anterior por falta de vaga na UTI. No mesmo dia em que ela faleceu, o relatório enviado pela prefeitura aponta que havia 82 leitos disponíveis de UTI adulto. (Foto: Wictória Jhefany) (Com informações de gabinete)