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CEI da Saúde só encontra 4 dos 133 médicos lotados na Regulação do Município

por Michelle Lemes publicado 01/11/2017 14h40, última modificação 07/11/2017 09h24

elator da Comissão Especial de Inquérito que apura problemas na Saúde em Goiânia, Elias Vaz (PSB) levantou que hoje 133 médicos estão lotados na Superintendência de Regulação e Políticas de Saúde, mais de 10%  do quadro total de médicos do Município. Mas apenas quatro estavam trabalhando na manhã desta quarta-feira, quando os integrantes da CEI fizeram vistoria.

No prédio do Jardim Goiás, funcionam quatro departamentos, na teoria com 61 profissionais. Mas nenhum estava no local. Questionada pelos vereadores, a superintendente, Andréia Alcântara, disse que eles cumprem a carga horária, mas não apresentou a escala de trabalho. “Vamos aprofundar a investigação, mas o que observamos é que, enquanto faltam médicos nas unidades de saúde, há um número alto de profissionais que teoricamente estariam executando funções administrativas, mas não há comprovação de que todos estão realmente trabalhando”, destacou Elias Vaz.

O vereador Anderson Sales Bokão (PSDC) adiantou que vai solicitar à Secretaria de Saúde a escala de trabalho, com horário e nomes de todos os médicos que atuam na Superintendência. “É importante para saber se estão cumprindo o contrato, se estão trabalhando à distância ou se estão indo realmente ao local de trabalho”.

A maior parte do serviço foi transferida para o Paço Municipal, onde a Comissão encontrou quatro médicos em expediente, todos na Central de Regulação, responsável por identificar vagas na rede pública de acordo com o quadro dos pacientes.

Leitos de UTI

Sobre as vagas de UTI, uma das médicas reguladoras, Roberta Silva, explicou aos vereadores que, mesmo quando há leito disponível no sistema, é preciso ligar nos hospitais para fazer a confirmação. Elias Vaz estranhou a prática. “Reforça a nossa suspeita de que o Município não tem autonomia para encaminhar o paciente. Dá a entender que, no fim das contas, é o hospital quem decide se vai receber ou não o paciente e nem sempre usando critérios técnicos pra isso”.

O vereador citou o relatório da Secretaria Estadual de Saúde que levantou a possibilidade de hospitais selecionarem pacientes, escolhendo os que necessitam de tratamento mais barato para aumentar a margem de lucro. O documento foi apresentado há cerca de 10 dias em reunião da CEI e é fruto de auditoria de técnicos do governo estadual, explicou o relator da CEI. “Alguns hospitais, não todos, estariam fazendo essa seleção. E é um absurdo porque, no último fim de semana, a lista de espera por vagas de UTI chegou a 116, o número mais alto que já identificamos nos últimos meses”.

A secretária Municipal de Saúde, Fátima Mrué, foi até a Central de Regulação e respondeu alguns questionamentos dos vereadores. Disse que está avaliando a necessidade de manter tantos médicos em função administrativa e que já começou auditoria para detectar por que a taxa de ocupação de leitos de UTI em Goiânia está inferior a 50%, quando o recomendado pelo DataSus é de 90%. “A taxa de ocupação está realmente baixa e isso nos preocupa, precisa ser resolvido. O paciente não pode ficar mendigando vaga enquanto a vaga existe”, disse a secretária. (Da Assessoria do Gabinete)