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CEI da Saúde vai convocar donos de hospitais com UTI's credenciadas

por Quezia de Alcântara publicado 25/10/2017 11h25, última modificação 25/10/2017 11h45

A Comissão Especial de Inquérito que apura irregularidades na Saúde em Goiânia aprovou, a pedido do relator, vereador Elias Vaz (PSB), a convocação de todos os proprietários de hospitais que mantêm contrato com a Prefeitura para oferecer leitos de UTI de média e alta complexidade. O único voto contrário foi o da vereadora Cristina Lopes (PSDB), que defendeu a convocação apenas do presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (AHPACEG).

“Precisamos interrogar todos os donos de hospitais porque há indícios de irregularidades graves na definição de vagas de UTI’s na capital, inclusive com a denúncia, que consta no relatório da Secretaria Estadual de Saúde, de hospitais estarem selecionando pacientes, aceitando apenas os que teriam um tratamento menos caro e permitiriam mais lucros”, defendeu Elias Vaz. 

Segundo relatório da Secretaria Estadual de Saúde(SES) foi constatada a prática de hospitais escolherem pacientes com tratamento mais barato para as vagas de Unidade de Terapia Intensiva e os próprios donos de hospitais admitiram a seleção. O vereador Elias Vaz diz que essa prática é criminosa e não pode ser justificada por dificuldades financeiras. “Os hospitais fizeram contrato para oferecer o serviço. Se não estão satisfeitos, podem reivindicar uma negociação, mas jamais escolher quem vai ser atendido. Pessoas estão morrendo devido a esse comportamento irresponsável, seja da prefeitura, que é omissa e desorganizada, seja dos empresários, que só pensam em lucro. Pra mim, é caso de polícia, inclusive federal, porque há recursos do Ministério da Saúde aplicados”. 

Cristina Lopes (PSDB), autora do requerimento que culminou em visita à SES no último dia 20, quando a comissão foi recebida pelo secretário Leonardo Vilela,  foram apontadas irregularidades que deverão ser aprofundadas nas investigações da CEI. São elas:

"Oferta de 447 vagas de terapia intensiva, sendo que a Prefeitura recebe recursos para oferecer 522 leitos, conforme o Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde;  Atraso desde o ano passado do pagamento por parte da Prefeitura aos hospitais que oferecem leitos de UTI, apesar do repasse em dia da parte do Estado; Impedimento por parte da Secretaria Municipal de Saúde aos hospitais que têm valores a receber de se descredenciarem do SUS; Ociosidade de 109 leitos de UTI, geridos pela Prefeitura e credenciados ao SUS, apesar de fila de espera de pacientes".

Os hospitais que mantêm contrato com o Município para disponibilizar leitos de UTI e que serão ouvidos pela CEI da Saúde em datas a serem agendadas:

- Hospital e Maternidade São Judas Tadeu;

- Hospital de Campinas;

- Hospital Santa Bárbara;

- Hospital Cidade Jardim;

- Hospital Monte Sinai;

- Hospital Santa Rosa;

- Hospital Goiânia Leste;

- Hospital da Criança;

- Hospital Jacob Facuri;

- Hospital Lúcio Rebelo;

- Hospital São Francisco;

- Hospital Ortopédico Geraldo Pedra.

(Com informações da assessoria de gabinete).