CEI da SMT ouve ex-secretário José Geraldo Freire
A Comissão Especial de Inquérito (CEI) que apura irregularidades na Secretaria Municipal de Trânsito (SMT) ouviu, nesta segunda-feira, 26, o depoimento do ex-secretário José Geraldo Fagundes Freire, que comandou o órgão de fevereiro de 2014 a maio de 2015. Pouco antes de deixar a pasta, ele assinou contrato com a JBA Comercial, o qual previa a aquisição de 15 mil cavaletes, sendo que foram pagos 7.150.
O presidente da CEI da SMT, Elias Vaz (PSB), questionou a quantidade estimada no contrato e também a retirada de 2.700 cavaletes do almoxarifado em março de 2015. José Geraldo explicou que existia uma demanda muito grande na época, em função das obras da Praça Cívica, implantação dos corredores de ônibus e instalação de mais de 60 semáforos, além do trabalho rotineiro de fiscalização e sinalização de área.
Consultas
Segundo ele, a quantidade de cavaletes foi calculada por meio de consultas feitas junto aos departamentos. O ex-secretário classificou os cavaletes como perecíveis, apontando a fragilidade dos equipamentos e a incidência de furtos e vandalismos. José Geraldo negou que tenha autorizado a entrega de itens antes da finalização do contrato. “Se o fornecedor decidiu entregar antes foi por conta e risco dele”, enfatizou.
Sobre o fato da ex-diretora administrativa da SMT, Maria Bernadete dos Santos, ter atestado nota fiscal para recebimento de mais de 4 mil cavaletes após ter saído do órgão, José Geraldo foi categórico: “É um ato dela”. Mas, na sequência, fez questão de defendê-la, dizendo que acredita em sua seriedade. Ele confirmou também que, posteriormente, atendendo ao seu convite, ela foi trabalhar no Instituto de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais de Goiânia (IMAS).
Controle
O vereador Delegado Eduardo Prado (PV) criticou a falta de controle na entrada e saída de materiais dentro da SMT. “Isso dá margem à corrupção. O fornecedor de cavaletes não soube dizer quantos nem quando entregou. A SMT também não. Servidores disseram à CEI que 2 mil cavaletes seriam suficientes para atender a demanda, sendo que um chegou a revelar que o espaço não comportava o armazenamento de 500. Fica difícil entender como mais de 7 mil itens foram entregues em um ano”, disparou.
O ex-secretário reiterou que o controle não era feito por ele, vez que se ocupava da gestão da pasta e não da parte técnica. Por outro lado, admitiu que a quantidade de agentes era insuficiente para garantir um controle mais efetivo dos materiais. Também participaram da reunião os vereadores Lucas Kitão (PSL), Welington Peixoto (PMDB) e Cabo Senna (PRP). (Foto: Alberto Maia)