CEI das Contas da Prefeitura colhe novos depoimentos
Ex vice-prefeito na gestão de Paulo Garcia e atual secretário de Planejamento da Prefeitura de Goiânia, Agenor Mariano prestou esclarecimentos nesta quarta-feira na Comissão Especial de Inquérito (CEI) das Contas da Prefeitura. Também o ex-secretário de Finanças, Cairo Peixoto foi ouvido pela Comissão, em reunião na Sala das Comissões da Câmara Municipal de Goiânia. Presidida pelo vereador Zander Fábio (PEN), a reunião contou com as presenças dos vereadores Jorge Kajuru (PRP), relator; Priscilla Tejota ( PSD), Jair Diamantino (PSDC), Tiãozinho Porto (Pros), Izídio Alves (PR), Vinícius Cirqueira (Pros).
Primeiro a ser ouvido, Agenor Mariano, ao ser questionado por Kajuru, informou que foi procurado, no seu primeiro dia como secretário, pelo seu antecessor Sebastião Leite Ferreira (Juruna) que teria solicitado a ele o pagamento de mais de setecentos mil reais para a empresa do marqueteiro Ademir Lima. Segundo o depoente, o pagamento não foi feito”porque não havia sido feita a licitação e existiam pendências insanáveis no processo”. Os serviços prestados à época pela empresa se referiam à impressão de termos de doação , equivalentes à escrituras públicas entregues “ de forma substancial no ano eleitoral”. Agenor também explicou os motivos que o levaram a cancelar a construção de cerca de dois mil apartamentos em áreas públicas que seriam, inicialmente, destinados a servidores do município, com receio de que “ na falta de aprovação dos cadastros, estes imóveis iriam acabar no mercado imobiliário”.
Diante do depoimento de Agenor Mariano, Jorge Kajuru apresentou requerimento para nova convocação do ex-secretário Sebastião Ferreira Leite (Juruna).
Cairo Peixoto esclareceu que foi secretário municipal de Finanças por apenas três meses na gestão de Paulo Garcia, cuja gestão classificou como a característica de “falta de responsabilidade”. Afirmou que preparou um amplo relatório com todas as dívidas da prefeitura – em torno de 550 (quinhentos e cinquenta) milhões para discutir com o prefeito uma forma de viabilizar a administração da prefeitura. Segundo Cairo, “o prefeito não mostrou interesse em resolver a questão, já que não pretendia mais se candidatar”. Questionado por Kajuru se existiam “pedaladas”, Cairo respondeu com outra pergunta “quando você usa uma verba cujo destino era outro, o que é isso?”. Também afirmou que não concordava que uma empresa que devia aos cofres públicos mais de setenta milhões continuasse prestando serviços para a mesma administração. E por não concordar com estas e outras irregularidades, deixou o comando da pasta.