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Comissão Especial de Inquérito do Transporte ouve último depoente

por Quezia de Alcântara publicado 25/08/2017 11h20, última modificação 25/08/2017 11h20

A Comissão Especial de Inquérito (CEI) do Transporte Coletivo ouviu nesta sexta-feira, 25, o último depoente.  Décio Caetano, presidente do Sindicato das Empresas do Transporte Coletivo (SET), respondeu a perguntas do relator Anselmo Pereira (PSDB) e Juarez Lopes (PRTB) e Clécio Alves (PMDB), que preside a CEI sobre a gestão do serviço, a falta de segurança e a presença de camelôs nos terminais, o atraso nas viagens e o preço da tarifa.

Anselmo quis saber o motivo pelo qual a sigla Setransp mudou para SET. Décio contou que foi um reposicionamento da marca, já que Setransp dava margem para um pensamento de que se tratava de uma secretaria, mas que a designação da entidade continua sendo a mesma – Sindicato das Empresas de Transporte.

Outro questionamento sobre os terminais que estão em péssimas condições levou Caetano a contar que os 15 administrados pelo SET estão bem cuidados e somente os que fazem parte do Eixo Anhanguera, administrado pela Metrobus, empresa estatal, encontram-se sem reforma ou a devida requalificação, o que se estende para a questão da segurança. “Temos nos 15 terminais privados, segurança contratada”, contou.

Com relação à segurança dentro dos veículos, o presidente do SET adiantou que estão sendo instaladas câmeras de segurança para monitoramento, porém quanto aos pontos de ônibus cabe ao poder público oferecer segurança aos passageiros. “Sabemos que muitos usuários são assaltados nos pontos o que foge de nossa gestão”.

Também sobre o comércio de vendedores ambulantes, Caetano esclareceu que somente está sendo feito nos terminais da Metrobus. Ele concordou com os vereadores que afirmaram ser contrários à existência desse tipo de atividade nos terminais. “Terminal é para o passageiro”, afirmou.

Inquirido sobre a gestão da Metrobus por parte do Governo do Estado, Décio concordou que o papel do poder público é oferecer as condições e fiscalizar o transporte, mas não operacionalizar. “No Brasil há somente duas empresas públicas -  a Metrobus em Goiânia e a Carris em Porto Alegre e aqui, o Estado precisa achar uma forma de passar a gestão para a iniciativa privada”, admitiu.

Décio Caetano relatou aos parlamentares que em uma década caiu em 40 por cento a quantidade de usuários, apesar da população da região metropolitana ter crescido. “Em 1988 tínhamos 20 milhões de passageiros por mês e 960 ônibus. Hoje temos 15 milhões por mês e 1.400 ônibus, mas a produtividade caiu de 13 viagens por veículo em 1988 para 4 atualmente”, comparou o presidente da SET, indicando que o motivo foi a falta de infraestrutura para o trânsito que ficou muito mais intenso na capital.

“Não faltam ônibus, faltam viagens, pois não há uma priorização para o transporte coletivo nas vias da cidade”, resumiu o depoente. Juarez Lopes adicionou que “nos últimos 20 anos houve uma fuga do usuário da classe média intermediária, como por exemplo, moradores do Novo Horizonte, Vila João Braz que deixaram de andar de ônibus por falta de segurança e pela demora”.

A respeito do Fundo do Transporte que os membros da comissão propuseram para o governador Marconi Perillo e para o prefeito Iris Rezende, o depoente concordou que vai cobrir as gratuidades do transporte, cerca de 20% da composição do valor das passagens. “Hoje, na região metropolitana de Goiânia quem paga as gratuidades é o usuário e depois das manifestações de 2013 em todo o país houve um subsídio governamental. Creio que o Fundo proposto vai garantir que os valores não sejam pagos mais pelo usuário que é o mais carente”, explicou.

A CEI do Transporte Coletivo deve se encerrar no próximo dia 30 de agosto quando será apresentado relatório final que será encaminhado para o Ministério Público de Goiás. (Foto de Alberto Maia).