CEI questiona secretário sobre participação em empresa contratada pela prefeitura
A Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga as obras públicas paradas em Goiânia ouviu, nesta segunda-feira (9), o presidente da Agência Municipal de Turismo, Eventos e Lazer (Agetul), Alexandre Magalhães, que é proprietário da empresa Kelluz Construção, Indústria e Comércio, vencedora da licitação para obras do parque Brisas da Mata. Alexandre explicou que a empresa foi contratada em 2014, antes de seu ingresso na administração pública municipal, o que ocorreu em janeiro de 2017. De acordo com ele, após assumir a Agetul, ele deixou a área administrativa e não assinou nenhum outro contrato com a Prefeitura de Goiânia. Para ele, ser dono da Kelluz não configura irregularidade.
O presidente da CEI, Alysson Lima (PRB), afirma que ainda tem dúvidas sobre a legalidade da presença acionária de Alexandre na empresa e levará o caso para análise do Ministério Público. O presidente da Agetul respondeu também a questões sobre as obras referentes a sua pasta, como a reforma do Mutirama. Segundo ele, o parque será reaberto em outubro, com segurança garantida à população. Sobre a construção de oito praças, cujos projetos estão próximos do vencimento, Alexandre garante que será pedida a renovação dos contratos. “A Agetul não vai devolver dinheiro para o governo federal. Vamos concluir as obras para a população de Goiânia.
Para o relator da CEI, Delegado Eduardo Prado (PV), não restaram dúvidas sobre irregularidade na presença de Alexandre no quadro acionário da empresa Kelluz. O que preocupa, de acordo com ele, é a possibilidade de o município perder mais recursos, devido ao não cumprimento do prazo fixado para conclusão das obras. “Só a Agetul pode perder R$ 17 milhões até o final do ano”, destaca.
O relator apresentou requerimento para ouvir novamente o secretário municipal de Infraestrutura, Dolzonan Matos, que será convidado pela CEI em agosto, após recesso parlamentar. O prefeito Iris Rezende (MDB), segundo o presidente Alysson Lima, também deverá ser ouvido em agosto. “A prefeitura perdeu o controle e a população está pagando duas vezes pela mesma obra. Isso tem que acabar.” A CEI estima a existência de cerca de 80 obras paradas em Goiânia, o equivalente a R$ 1 bilhão em recursos que podem ser devolvidos à União. (Foto: Wictória Jhefany)