Você está aqui: Página Inicial / Sala de Imprensa / Notícias / Diretor da Comurg não convence vereadores sobre altos salários na empresa

Diretor da Comurg não convence vereadores sobre altos salários na empresa

por Antônio Ribeiro dos Santos publicado 05/04/2017 12h55, última modificação 05/04/2017 14h03

Por mais de uma hora, o diretor administrativo da Comurg (Companhia Municipal de Urbanização) Ormando José Pires, debateu hoje (5) com os vereadores questões sobre altos salários na empresa, bem como uma manifestação ali contra os vereadores que foram à companhia debater com a diretoria novas regras para o pagamento de quinquênio a determinados servidores. Porém, as explicações de Ormando tanto quanto aos salários e a hostilização aos vereadores não convenceram nem aceitas pela maioria dos vereadores.

O autor da audiência com o diretor da Comurg, Elias Vaz, PSB, foi incisivo nas suas colocações ao dizer que "o senhor Ormando é um dos beneficiados com um alto salário. Por exemplo, com vencimento de R$ 2.394,00, recebeu em fevereiro últiimo quinquênio acima de R$ 21 mil, quase 10 vezes o salário base".

E completou: "Não queremos tirar nada do servidor, especialmente do gari. Agora o diretor parece não ter vergonha na cara ao receber R$ 29 mil brutos por dois meses. Isso não tem explicação. Na verdade, ele participa dessa articulação em defesa de privilégios para uma minoria da Comurg. Isso causa indignção. É uma vergonha mentir para os outros servidores. Ele e outros não querem acabar com altos benefícios aos marajás da empresa", acusou.

O vereador também afirmou que as explicações de Ormando "não convence ninguém. Inclusive ele nega mas foi o responsável por articular a manifestação contra os vereadores. Insuflou os servidores contra nós, obrigando a maioria a participar desse ato". Jorge Kajuru, PRP, concordou com Elias e reafirmou que o diretor seria o responsável pelas manifestações.

Outros vereadores, como Cristina Lopes, PSDB, GCM Romário Policarpo, PTC, Lucas Kitão, PSL, Alysson Lima, PRB, Eduardo Prado, PV, Carlin Café, PPS, eJuarez Lopes, PRTB, entre outros, também questionaram o diretor da Comurg sobre a situação da companhia, "se ela tem condições de sobrevivência (Kitão)", cobrança indevida de poda de árvores. Eduardo Prado, por exemplo, acusou a Comurg de efetuar o pagamento de R$600 mil a uma empresa para o recolhimento de lixo hospital, "mas o serviço não foi feito. Fato que precisa ser esclarecido".

RESPOSTAS

Ormando Pires respondeu a indagações e acusações de maneira sóbria. Negou, por exemplo, que tivesse participar da organização de servidores contra a ida de vereadores à companhia. "Eles não foram recebidos porque setores da categoria achavam que queriam benefícios. Mobilização é um direito do trabalhador. Reafirmo que não tive nenhuma participação nesse evento. Nego isso com veemência. Os vereadores são sempre bem vindos ali".

Sobre os altos salários, o diretor afirmou que é funcionário ali há 29 anos: "Sempre trabalhei no interesse da cidade. Fui o primeiro servidor efetivo que chegou à presidência da Comurg. Também não recebi R$ 32 mil de salários. Existem os descontos acima do teto legal, que é o salário do prefeito. Outra coisa, a questão salarial é acertada entre a Prefeitura e o sindicato, homologada pela Justiça Trabalhista. Na presidência da Comurg, apenas cumpri a determinação legal. Ademais, além do salário base, são incluídos gratificação, incorporação, férias etc.".

Ao final, o presidente da Câmara, Andrey Azeredo, PMDB, disse que trabalhou na Comurg sob o comando de Ormando e que chegou à presidente da empresa "por méritos próprios, enfrentando muitas dificulades. Estou satisfeito com suas explicações".