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Educação Domiciliar é tema de audiência pública na Câmara

por Heloiza Amaral publicado 25/06/2021 15h55, última modificação 25/06/2021 16h52

Por iniciativa da vereadora Gabriela Rodart (DC), a Câmara Municipal de Goiânia promoveu, nesta sexta-feira, 25, uma audiência pública para debater a educação domiciliar. Com a participação de estudantes e pedagogos, das deputadas federais Bia Kicis (PSL) e Chris Tonietto (PSL), do presidente da Associação Nacional de Educação Domiciliar (ANED), Rick Dias, e da conferencista Sara Winter, a audiência, segundo Gabriela, teve como objetivo discutir a educação familiar e esclarecer argumentos contrários à prática, como a ausência de socialização da criança e a falta de pluralidade de ideias. “Trouxemos mães que praticam esse tipo de educação com seus filhos, estudantes que obtiveram excelentes resultados acadêmicos por meio da educação domiciliar e representantes de organizações que ensinam e incentivam o homeschooling”,afirmou.

De acordo com o presidente da ANED, Rick Dias, mais de 17 mil famílias eram adeptas da educação domiciliar no Brasil antes da pandemia, número que deve ter dobrado desde o ano passado. Rick destacou que muitas outras famílias escondem a prática, por temer denúncias e processos. “É preciso deixar claro que nenhuma família foi condenada por abandono intelectual no país por causa do ensino domiciliar. Enfrentam processos, mas provam que a criança está saudável e domina o conteúdo esperado para a idade.”

Gabriela Costa, mãe e adepta da educação domiciliar há seis anos, afirmou que já foi contra essa modalidade de ensino, mas foi capaz de rever sua posição e superar preconceitos como o da socialização da criança. Atualmente, faz parte do Simpósio de Educação Domiciliar. Filha da pedagoga Karla Calazans, a baiana Ana Júlia defendeu o homeschooling e disse que nunca teve vontade de ser matriculada numa escola. Segundo ela, ser educada em casa não a privou de se socializar, já que isso também é uma obrigação dos pais que optam pela prática. Além disso, Ana Júlia afirmou que o conteúdo é mais amplo e diversificado em casa, motivo que a levou a ser aprovada em universidades norte-americanas. “Optei por nem estudar para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), porque meu foco eram as faculdades dos Estados Unidos. Fui aprovada lá e também na Universidade Estadual de Feira de Santana, em sétimo lugar, para Odontologia”, contou Ana Júlia.

Segundo a deputada federal Bia Kicis, educação domiciliar não é crime. Ainda assim, ela garantiu que a prática será regulamentada, atendendo à determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). “Nós nos comprometemos a dar andamento a essa questão no Congresso, para evitar qualquer problema futuro. Mas destacamos que homeschooling não é crime. Não há abandono intelectual. Pelo contrário, o que vemos são que esses estudantes são mais preparados do que aqueles que frequentam o ensino formal”, declarou.