Elias diz que hospitais selecionam pacientes que devem ir para UTI
Da tribuna da Câmara, na sessão de hoje (18), o vereador Elias Vaz, PSB, disse que teria uma grave denúncia para fazer, envolvendo o sistema de saúde da capital, especialmente hospitais. Segundo ele, com base num levantamento feito, ao longo desse ano, por servidores da Secretaria Estadual da Saúde, constatou-se que hospitais estariam fazendo seleção dos pacientes com menor gravidade para UTIs, com a escolha daqueles que geram menor custo ou maior lucro.
"Isso é horror puro. Trata-se de uma máfia sem alma. Tais atitudes devem ser catalogadas como homicídios, já que são atendidos aqueles que dão maiores lucros aos hospitais. Espera na fila ou a morte são as opções dos não-atendidos", protestou. O vereador quer que a Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Saúde, instalada na Câmara, "investigue profundamente essa questão. É um assunto que não podemos deixar de lado".
Elias Vaz citou ainda que hoje (18) 49 pacientes estariam aguardando uma vaga em UTI na capital. "Na verdade, são 179 vagas cadastradas, utilizadas ou não. Ao decidir por paciente que gera mais lucro, essas instituições médicas decidem que vai viver ou morrer. É o que se pode concluir desse estudo feito pela Secretaria Estadual da Saúde", frisou.
CASO CLÍNICO
O vereador lembra ainda que o hospital pode se enquadrar em duas opções para não receber pacientes. Por exemplo, citou, que a estrutura tecnológica do hospital atende as necessidades do atendimento clínico do paciente ou organização da equipe receptora que irá prestar atendimento ao paciente. "Agora, selecionar aqueles que vão gerar mais lucro é o escárnio, como demostra a pesquisa".
Alysson Lima, PRB, fez coro às denúncias de Elias Vaz, afirmando que "a máfia hospitalar está ali para faturar alto com as internações em UTIs. Inclusive a Prefeitura não respondeu sobre um pedido para que fosse publicado o nome e registro dos plantonistas. Até agora, nenhuma resposta. É lamentável".
Na semana passada, a vereadora Cristina Lopes, PSDB, com base na mesma pesquisa, destacou que a Prefeitura tem 552 leitos no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, mas apenas 447 eram oferecidos aos pacientes. "Ou seja", disse ela, "75 estavam desativados. Ocorre que a Prefeitura recebe recursos para os 552 leitos. E isso é grave. E exige providências imediatas para contornar essa situação, diante da caótica situação da saúde pública em nossa cidade".