Elias Vaz debate com agentes de trânsito sobre situação da SMT
Agentes de trânsito da capital, que são vinculados à Secretaria Municipal de Trânsito (SMT), participaram de uma audiência pública com Elias Vaz (PSB) nesta tarde.
O vereador, que pede a instalação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar irregularidades na SMT, disse que “os servidores não tem culpa da situação em que a SMT se encontra”. Na verdade, “são vítimas”.
“Minha expectativa é que nós tenhamos uma relação de aliança com o sindicato dos agentes para que façamos uma investigação com serenidade, seriedade e que, ao final, possamos trazer propostas para tentar mudar a triste situação atual”, disse Elias.
O vereador afirmou que a CEI deve ser instalada essa semana. Alguns nomes de vereadores como integrantes estão confirmados, como Anderson Sales Bokão (PSDC), Cabo Senna (PRP), Delegado Eduardo Prado (PV), Lucas Kitão (PSL), Paulinho Graus (PDT) e Welington Peixoto (PMDB).
Elias relatou a constante reclamação, por parte dos funcionários, da falta de combustíveis para rodar nos carros oficiais, de equipamentos, como por exemplo, de radares móveis - que eram apenas dois, mas um foi roubado - e até a falta de uniformes para trabalhar. Ele afirmou que é impossível a SMT funcionar bem se não for com autonomia administrativa e financeira.
O agente de trânsito Bruno Carvalho confirmou o dito pelo vereador, acrescentando que também faltam cursos de capacitação para o trabalho na rua. Lembrou ainda da falta de conservação das instalações, citando o estado precário dos banheiros, e até da falta de materiais de escritório, forçando os servidores a ter de levar de casa para conseguirem trabalhar.
A presidente do Sindicato dos Agentes de Trânsito de Goiânia (Sinatran), Andréa Gonçalves de Melo, afirmou que a degradação do órgão de trânsito da capital começou em 2013, quando deixou de ser uma agência para se transformar em uma secretaria. Segundo ela, o órgão perdeu autonomia ao deixar ser uma autarquia, passando a ficar vinculado ao Paço Municipal.
Antenor Pinheiro, que hoje é coordenador da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) na região Centro-Oeste, esteve à frente, no início dos anos 2000, da antiga Superintendência Municipal de Trânsito (SMT). Ele criticou as últimas duas grandes reformas administrativas, que, segundo ele, foi um “desmonte calculado do órgão executivo municipal de trânsito”. Ele citou o fim do departamento de educação para o trânsito, o não direcionamento dos valores arrecadados com multas direto para a SMT e o fim do status de autarquia, que garantia liberdade e autonomia. “O baile de siglas pelo qual o órgão de trânsito de Goiânia passou nos últimos anos fez com que a estrutura de fiscalização sofresse graves modificações. Deliberadamente, desidrataram a SMT como estratégia para reduzir o papel de atuação dela”, disse Antenor.