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Em audiência pública, Mauro Rubem discute revitalização do Centro de Goiânia

por Guilherme Machado publicado 09/06/2022 19h40, última modificação 10/06/2022 15h46
Evento também debateu tombamento de roteiro turístico das obras em Art Déco na capital
Em audiência pública, Mauro Rubem discute revitalização do Centro de Goiânia

Foto: Marcelo do Vale

O vereador Mauro Rubem (PT) comandou audiência pública, na tarde desta quinta-feira (9), para discutir a revitalização do Centro de Goiânia e o tombamento do roteiro turístico das obras em Art Déco.

O Art Déco foi adotado em Goiânia, após pedido do governador Pedro Ludovico Teixeira a Attilio Corrêa Lima, para construir uma cidade mais moderna do que a antiga capital, Goiás. Com isso, o urbanista decidiu aplicar o estilo na concepção dos novos prédios, pois estava em alta na época da construção da nova capital, a partir de 1933.

A arquitetura em Art Déco ganhou destaque a partir da Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas, realizada em Paris, em 1925, mas o estilo só ganhou nome próprio em 1966. Está presente em 160 prédios de Goiânia – cidade que preserva maior quantidade de edifícios nesse estilo no Brasil. Ele também é visto em outras cidades da América Latina e pelo mundo.

Produtor cultural e guia turístico, Guto Lemos desenvolve projetos de conscientização para preservação do patrimônio histórico de Goiânia. Durante a audiência, ele sugeriu a criação de um roteiro turístico do Art Déco no Centro, com instalação de uma ciclofaixa ao longo de sete quilômetros do percurso, além de informações detalhadas, por meio de QR Codes, sobre os 22 prédios públicos tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 2003.

Guto fez um apelo para que o Centro de Goiânia seja revitalizado. “Nós estamos perdendo turistas e sucateando ainda mais o Centro. A construção do BRT está mostrando mais ainda como a região está caótica. O Centro poderia ser transformado e mudar a cara da cidade. Ele atrairia mais empresários e a própria população, que o desconhece e não o ocupa”, afirmou.

A superintendente do Patrimônio Histórico da Secretaria Estadual de Cultura, Tânia Mendonça, garantiu que recursos estaduais estão aprovados para restauração de edifícios em Art Déco da Praça Cívica. “Vamos requalificar a parte arquitetônica do Museu Zoroastro Artiaga, do Centro Cultural Marieta Teles e da Procuradoria-Geral do Estado (PGE). A Chefatura de Polícia já foi requalificada com recursos do Iphan e estamos aguardando recurso do BNDES para restaurar os demais edifícios da praça”, disse.

Adriana dos Reis Ferreira, diretora-geral do campus Goiânia do Instituto Federal de Goiás (IFG), cobrou do poder público a inclusão dos alunos de escolas públicas – municipais e estaduais – em excursões escolares por construções históricas da cidade, que são feitas majoritariamente por estudantes de escolas particulares. “Esse é o momento para os jovens entenderem a história e se sentirem donos dos espaços. Hoje, as pessoas perderam o sentimento de que os espaços públicos são delas.”

A diretora anunciou que, ao longo do ano, haverá eventos em comemoração aos 80 anos de construção do prédio da Escola Técnica, onde está o IFG, e do batismo cultural de Goiânia, ocorrido lá. “Esse será o ano para promover a história, a memória e a cultura”, afirmou.

Já o engenheiro técnico do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (CREA-GO), Antônio de Pádua, fez sugestões para o futuro Código de Obras e Edificações, que deverá ser enviado pela Prefeitura à Câmara, ainda este ano. “Ele deve exigir quais as condições para emissão de alvará para obras, e não apenas para edificações, para não acontecerem problemas que a construção do BRT vem enfrentando no percurso que passa pelo Centro, em que o Iphan precisou paralisar a obra por questões que não foram levantadas antes do início da obra”, explicou.

Para Antônio, o projeto de Incentivo ao Desenvolvimento do Centro, também de autoria do Paço e que em breve será discutido na Câmara, não vai estimular a ocupação da região porque a isenção de IPTU e ISS por quatro anos proposta é pouco para atrair investimentos. “Poderia ser permitido que o proprietário outorgue o direito de construção e aplicar o dinheiro na melhoria do imóvel. Dessa forma, poderiam surgir novos restaurantes, hotéis e pousadas no Centro”, sugeriu.