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Engenheiro responsável pelo BRT responde questionamentos de vereadores

por Guilherme Machado publicado 11/04/2017 19h30, última modificação 11/04/2017 19h57
Engenheiro responsável pelo BRT responde questionamentos de vereadores

Foto: Marcelo do Vale

A comissão especial temporária que investiga as obras do BRT recebeu na terceira reunião realizada na tarde hoje, 11, o engenheiro da CMTC Benjamin Kennedy Machado da Costa, responsável técnico pelo projeto. Ele foi convidado para responder perguntas técnicas sobre a obra, mas acabou respondendo também perguntas sobre orçamentos e finanças feitas pelos vereadores. 

Alysson Lima (PRB) salientou que até o momento não recebeu denúncias sobre corrupção, mas que está preocupado com a demora na execução e com o encarecimento da obra, devido aos quatro aditivos já feitos, numa obra que está apenas 23% executada. 

Benjamin disse que até o momento já foram gastos R$ 48 milhões na obra. Sobre os aditivos, ele explicou que o contrato inicial era de R$ 242 milhões e que, após análise da Caixa, foi feito o primeiro termo aditivo, reduzindo o contrato para R$ 240 milhões. Contudo, foram feitos outros três termos aditivos num total de R$ 15 milhões. Os vereadores questionaram os dois termos de apostilamento constantes na documentação, um no valor de R$ 16 milhões e outro de R$ 31 milhões. O engenheiro explicou que o apostilamento é reajuste contratual que corrige os valores dos serviços não executados a cada 12 meses. 

A conclusão dos vereadores é que quanto mais a obra demora para terminar, mais cara fica, devido também a isso. “É preciso que nós nos debrucemos rapidamente sobre as investigações porque a demora vai significar um prejuízo grande para o erário”, disse Anselmo Pereira (PSDB). Outra conclusão é que a Prefeitura precisa voltar a pagar as contrapartidas do contrato, que estão em atraso, para que o empréstimo do governo federal, feito pela Caixa, volte a ser liberado e as empresas retomem as obras num ritmo satisfatório. 

Jorge Kajuru (PRP) exigiu que as comissões de investigação instaladas na Câmara tenham assessorias técnica, jurídica, contábil e uma auditoria externa. Anselmo Pereira pediu também que seja solicitado ao presidente do Tribunal de Contas dos Municípios, Joaquim de Castro, para que convoque auditores para também acompanhar os trabalhos das comissões. 

O vereador Welington Peixoto (PMDB) citou a entrevista dada hoje por Iris Rezende à TV Anhanguera em que disse ser contrário a passagem do BRT pelo Centro já que o projeto desfiguraria o patrimônio histórico da região. O prefeito defendeu o desmembramento em dois trechos: um norte, outro sul. Benjamin disse que o projeto irá não apenas preservar, mas revitalizar a Avenida Goiás, realizando obras estruturais importantes, como drenagem, que vai acabar com os problemas de alagamentos quando chove, e a troca de todo o asfalto, colocando outro de melhor qualidade. Para o engenheiro, o projeto não deveria ser alterado porque isso acarretaria em mais atraso na execução da obra.

Quanto à retirada de árvores, questionado por Leia Klébia (PSC), Benjamin disse que o projeto prevê a retirada de 2 mil árvores – até o momento foram cortadas 470 – mas que elas outras serão plantadas. Os flamboyants da Goiás Norte, por exemplo, foram substituídos por ipês, que possuem raízes menores. A medida é necessária, explicou ele, porque elas foram plantadas muito próximas da área em que estão sendo feitas as vias em concreto para a passagem dos ônibus. 

Outro questionamento da vereadora foi a falta de ciclovias ao longo do trajeto. O engenheiro explicou que o projeto inicial previa uma faixa exclusiva para bicicletas, porém, devido ao alto custo com desapropriações para liberar dois metros ao longo de todo o traçado, decidiu-se que cada estação terá um bicicletário para que as pessoas deixar suas bicicletas e usar o ônibus para completar o percurso.

Já Paulinho Graus (PDT) questionou o convidado sobre a trincheira entre as avenidas Goiás Norte e Perimetral. Benjamin disse que a construção deve iniciar ainda no primeiro semestre deste ano. Ele explicou que a construção depende de quatro desapropriações: três já estão acertadas, mas uma o proprietário do terreno desistiu da negociação. Contudo, ele disse que as obras poderão começar pelas áreas já liberadas. 

Participando como convidado, o vereador Delegado Eduardo Prado (PV) relatou que recebeu denúncias de que as árvores cortadas foram comercializadas irregularmente e sugeriu que a comissão investigue, pois a madeira possui alto valor de mercado. Outros membros da comissão que compareceram foram os vereadores Carlin Café (PPS) e Zander Fábio (PEN)

Ao final da reunião, Alysson Lima convocou a próxima reunião para terça-feira, 18, às 15h30, em que será ouvido o secretário municipal de infraestrutura e serviços públicos, Fermando Cozetti, para falar sobre as questões orçamentárias da obra.