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Evento na Câmara marca início da Campanha Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio

por Guilherme Machado publicado 03/09/2019 19h55, última modificação 04/09/2019 08h35
Evento na Câmara marca início da Campanha Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio

Foto Marcelo do Vale

A Câmara Municipal promoveu na tarde desta terça-feira (3) a abertura oficial do Setembro Amarelo em Goiânia, campanha que objetiva prevenir o suicídio e que é realizada numa parceria entre entidades ligadas à saúde mental e o poder público. 

Sendo de abrangência nacional, a campanha engloba, durante todo este mês, ações para conscientizar pessoas em espaços coletivos, como instituições de ensino, empresas e órgãos públicos, de que os sintomas que podem levar ao suicídio, como a angústia e a depressão, não devem ser menosprezados. Uma pessoa nessa situação deve ser amparada e aconselhada a procurar ajuda. 

Em certos casos, o tratamento pode envolver psicólogos, psiquiatras e remédios, contudo em outros casos, apenas permitir que a pessoa fale sobre os seus sentimentos, sem receber críticas, já é um meio de evitar que ela busque na morte a solução para as próprias dores. 

O suicídio é considerado pelo Ministério da Saúde como um problema de saúde pública, tirando a vida de uma pessoa a cada 45 minutos no Brasil. A cada hora, ocorre ao menos três tentativas, sendo que, a cada dez pessoas, uma a duas já pensaram em se matar. A Organização Mundial de Saúde classifica o suicídio como a quarta causa de mortes de jovens entre 15 e 29 anos.

O voluntário do Centro de Valorização da Vida (CVV) e um dos organizadores da campanha na capital, José Fernando, afirmou que quanto mais pessoas falarem em prevenção ao suicídio e aprenderem a ouvir um desabafo de alguém em situação de risco, compreendendo a maneira correta de conversar, melhor será a prevenção. “Falar sobre o suicídio é doloroso, mas, ao mesmo tempo, é o que permite preveni-lo. A prevenção ocorre cada vez que se quebra o tabu de falar a respeito dele, abordando o tema da forma correta.” 

Ele explicou que, numa conversa, a emoção pode ser aliviada, fazendo com que a pessoa pense melhor e escolha outra solução para si que não seja trágica. “As dores emocionais podem ser cuidadas por meio do diálogo, que pode ser feito com um médico, psicólogo, amigo ou voluntário do CVV. O importante é que ele aconteça.” 

O Centro de Valorização da Vida (CVV) foi fundado em São Paulo, em 1962, sendo uma associação civil sem fins lucrativos e filantrópica. Presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob sigilo e anonimato, por meio de telefone, e-mail, chat pela Internet ou pessoalmente nos 110 postos de atendimento espalhados pelo Brasil. 

Outro parceiro da campanha, o Instituto Olhos da Alma Sã - organização não governamental (ONG) sem fins lucrativos criada em 1997 - atua na área de saúde mental com pacientes psiquiátricos e na área de psicologia clínica tratando psicopatologias e doenças mentais. Trabalha de forma individual ou em trabalhos de grupo de apoio e faz atendimentos para as comunidades carentes.

O fundador da ONG, Jorge Antônio Monteiro de Lima, apontou uma estatística alarmante. “Estamos vivendo a era da ansiedade e, infelizmente, 40% das pessoas ansiosas vão atentar contra a própria vida”. Ele destacou ainda outros sintomas na sociedade que podem desencadear ao suicídio, como desespero, ruptura de identidade, fanatismo e depressão. 

A vereadora Doutora Cristina Lopes (PSDB) foi uma das promotoras do evento de abertura do Setembro Amarelo. Ela, que é presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara, afirmou que o incentivo do poder público à cultura, como artes, dança e música, é importante como elemento de prevenção ao suicídio. “As pessoas andam muito entristecidas, desanimadas, sem rumo e sem perspectiva. Isso é muito negativo coletivamente. A sensação que é que estamos vivendo uma histeria coletiva, um processo de adoecimento coletivo em que as pessoas não têm perspectiva de vida. Nesse momento, a arte pode entrar como sustento para o espírito, trazendo vitalidade e sonhos. A arte é vital nas nossas vidas. Dançar, cantar, pintar, assistir espetáculos e ler livros podem ser grandes remédios para as pessoas.” 

Também participaram do evento o secretário de estado da Casa Civil, Anderson Máximo; o superintendente municipal dos direitos da pessoa com deficiência da Prefeitura de Goiânia, Antônio José Ferreira; e a presidente da Comissão Especial das Voluntárias Advogadas da Ordem dos Advogados do Brasil, Cecília Aires.