Em audiência pública, funcionários da Vigilância Sanitária reclamam de mudança de sede
O vereador Fabrício Rosa (PT) realizou audiência pública, nesta terça-feira (11), na Câmara de Goiânia, para tratar da mudança da sede da Vigilância Sanitária. A Prefeitura propõe a saída do atual endereço, na Avenida Anhanguera, no Setor Universitário, para um prédio alugado na Rua 8, no Centro. Contudo, servidores reclamam que o novo imóvel não tem condições de sediar o órgão.
A audiência contou com participação de servidores, ex-servidores e de usuários dos serviços da Vigilância Sanitária. A arquiteta Fernanda, que trabalha no setor de análise de projetos do órgão, explicou que a equipe dela analisou o laudo de avaliação do imóvel. Segundo ela, o documento é usado apenas para definir o preço do aluguel, não havendo outro documento para avaliar a estrutura do prédio. “Lá, existem vários problemas na segurança contra incêndios e total falta de acessibilidade. Só há um único elevador, em que não cabe cadeira de rodas. A largura da escada só permite que uma pessoa passe por vez. É inconcebível trabalharmos em um prédio de oito pavimentos com um único elevador velho, que não será trocado pela construtora responsável pela reforma. O imóvel não terá a estrutura reformada, apenas a parte estética. Portanto, estaremos em risco se acontecer um incêndio conosco trabalhando lá”, afirmou.
Conforme relatos de participantes da audiência, o prédio atual também enfrenta deficiências na estrutura. Há problemas com elevadores, mas são dois e comportam cadeira de rodas. As escadas também estão adequadas a situações de emergência. “Sair de um prédio onde já estamos instalados com o mínimo de condição para trabalhar com segurança e ir para outro onde corremos sérios riscos, não é viável. Se vamos mesmo para esse novo imóvel, que nos seja apresentado o laudo indicando que ele atende às normas dos bombeiros e de acessibilidade”, completou Fernanda.
De acordo com o superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Pedro Morais, os estudos para reforma do atual prédio da Vigilância tiveram início após questionamento do Ministério Público sobre as condições da edificação. Dessa forma, a mudança provisória da sede foi necessária para reforma do imóvel próprio. “Para resolver infiltrações no teto, só a troca do telhado custará R$ 400 mil. É inviável fazer isso com todos trabalhando lá dentro. É preciso tirar todos do prédio”, disse ele. Ainda segundo Pedro Morais, vários imóveis foram avaliados para a mudança. “O que nos restou das opções dadas foi o prédio da Rua 8”, acrescentou. Quanto à insatisfação com a mudança, o superintendente orientou que os funcionários formalizem o desejo de permanecer no edifício atual, para que o documento seja anexado ao inquérito do MP.
Insatisfeita com a resposta do superintendente, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás (SindSaúde), Luzineia Vieira dos Santos, manifestou-se em nome dos servidores da Vigilância Sanitária. “Não queremos apenas responder ao inquérito de que não queremos sair do prédio atual. Queremos uma solução real. Não é possível que, numa cidade do tamanho de Goiânia, não haja outros prédios disponíveis que atendam às necessidades da Vigilância Sanitária a não ser esse. A Prefeitura está com pressa de reformar para mudarmos, mas sabemos que não há tempo hábil para esta gestão solucionar esse problema que se arrasta há anos”, declarou.
Quanto à escolha de outro prédio, Pedro Morais respondeu que está aberto a sugestões e que a mudança não será feita às pressas. Já em relação ao questionamento, apresentado por Fabrício Rosa, sobre possível venda do prédio próprio após a mudança, o superintendente afirmou que “não há hipótese de venda” e que o imóvel será reformado para retorno dos servidores ao local.