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Sancionada lei que simboliza luta contra encarceramento da juventude negra em Goiânia

por Da Redação publicado 28/04/2022 09h45, última modificação 28/04/2022 17h25
Lei propõe 20 de junho como Dia Municipal de Combate ao Encarceramento da Juventude Negra. De autoria da vereadora Aava Santiago (PSDB), proposta visa combater racismo existente no sistema de justiça criminal
Sancionada lei que simboliza luta contra encarceramento da juventude negra em Goiânia

Foto: Paulo José

Expor o racismo estrutural e abrir espaço para que a população debata o tema são alguns dos objetivos da Lei que institui, em Goiânia, o Dia Municipal de Combate ao Encarceramento da Juventude Negra – a ser celebrado em 20 de junho. De autoria da presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, vereadora Aava Santiago (PSDB), o texto foi sancionado no último dia 12.

A data escolhida tem por base o caso de Rafael Braga, jovem negro preso em 20 de junho de 2013, durante onda de protestos que tomou o Brasil naquele ano. Ao ser detido, o catador de recicláveis portava produtos de limpeza. Mesmo sem integrar grupos de manifestantes que foram às ruas, o rapaz acabou preso, sob alegação de que o conteúdo de sua mochila poderia provocar explosões. Entre outras acusações, Rafael foi condenado a 11 anos de prisão e, desde 2018, cumpre pena em regime domiciliar, após contrair tuberculose na prisão.

Para Aava, o parlamento precisa se engajar na luta antirracista e contra o encarceramento da juventude. “Instituir, no  município de Goiânia, uma data que busca dar visibilidade ao encarceramento da juventude negra é uma forma de expor o racismo estrutural presente em toda a sociedade brasileira e abrir espaço para que a população debata o tema. A herança negativa contra a população negra é real e precisa ser combatida. Infelizmente, o racismo também se faz presente nos sistemas de justiça criminal e carcerário brasileiro. Essa data nos faz refletir e combater o encarceramento dessa população já tão estigmatizada”, afirmou.

Estatísticas

Segundo o 14° Anuário Brasileiro da Segurança Pública, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2019, os negros representavam 66,7% da população carcerária do país, enquanto a população não-negra – aqui considerados brancos, amarelos e indígenas, de acordo com a classificação adotada pelo IBGE – representou 33,3%. Isso significa que para cada não-negro preso no Brasil, naquele ano, dois negros foram detidos.

Além de dar visibilidade, a vereadora acredita que a lei pode ajudar Goiânia a se tornar mais segura para a juventude negra, a partir do combate ao racismo existente no sistema de justiça criminal, à seletividade penal e ao encarceramento em massa de pessoas pretas.

*Com informações da assessoria de comunicação da vereadora