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Goiânia poderá ter homenagem anual à memória das vítimas do acidente com o césio

por Da Redação publicado 16/11/2021 17h40, última modificação 16/11/2021 17h40
Caso matéria proposta pela vereadora Aava Santiago (PSDB) seja aprovada, lei fará referência à Maria Gabriela Ferreira – a responsável por recolher a cápsula de material radioativo à Vigilância Sanitária, o que ajudou no controle do foco de contaminação

O projeto de lei prevê incluir no Calendário Oficial de Eventos de Goiânia o Dia Maria Gabriela Ferreira, em homenagem às vítimas do acidente com o césio-137. Segundo o texto, será em 23 de outubro de cada ano, data da morte de Maria. A intenção da vereadora Aava Santiago, autora da matéria, é introduzir, na sociedade goianiense, reflexões acerca das consequências do acidente radiológico. “Buscamos trazer para o centro do debate uma das maiores tragédias de nossa história, que é escanteada, tornada invisível, o que é chocante. O drama das famílias e as consequências do acidente se arrastam até hoje. Ao dar centralidade a esse debate, poderemos responsabilizar os agentes públicos em busca de soluções para as vítimas”, explica.

O maior acidente radiológico do mundo ocorreu em Goiânia, em setembro de 1987. Foi quando catadores de material reciclável encontraram uma máquina de radiologia na sede abandonada do Instituto Goiano de Radioterapia, no centro da capital. Vendida a um ferro-velho, o dono retirou dela a cápsula de césio-137. Sem saber do que se tratava, ele e familiares foram contaminados, disseminando o material na cidade. Quatro pessoas morreram; 249 tiveram alto índice de contaminação; e várias outras até hoje precisam de acompanhamento médico.

Entre as primeiras vítimas que perderam a vida, estão dois funcionários do ferro-velho; a esposa do dono do local, Maria Gabriela Ferreira; e sua sobrinha, Leide das Neves Ferreira. O proprietário, Devair Ferreira, morreu sete anos depois. Maria Gabriela é considerada uma heroína por ter levantando a suspeita de que o adoecimento de sua família tinha relação com o pó que brilhava no escuro, encontrado na cápsula. Foi ela quem levou o material para a Vigilância Sanitária, permitindo a descoberta do césio e a contenção da origem da contaminação.

*Com informações da assessoria de comunicação da vereadora