Juiz recebe homenagem após realizar audiência em casa de idoso com câncer
A sessão desta quinta-feira, 29, foi suspensa para homenagem com Moção de Aplausos ao juiz Joviano Carneiro Neto, do Tribunal de Justiça de Goiás. A homenagem foi solicitada pelo vereador Paulo Magalhães (PSD). A moção foi oferecida como forma de reconhecimento pela humanidade do juiz ao realizar uma audiência na casa de um idoso com câncer que não tinha como ir ao fórum de Trindade.
“Em muitos casos nos deparamos com pessoas que realmente não possuem se quer condições de se dirigir ao fórum para participar da audiência e serem ouvidos por nós, justamente pela dificuldade de locomoção ou outras questões que também envolvem questões de saúde e foi o caso desse idoso de Trindade. Ao iniciarmos a audiência fomos advertidos pelas advogadas dele que o mesmo não tinha condições sequer de comparecer ao fórum, já que estava em uma situação de câncer terminal e foi quando nós tomamos a iniciativa, para não postergar ainda mais a análise do processo que já estava tramitando a mais de dois anos, decidimos tomar a iniciativa de se deslocar até a casa do idoso para analisar e fazer o julgamento do seu processo”, justificou Joviano.
O idoso José Antônio de Paula, alegou ao tribunal que não conseguiria sair de casa para comparecer à audiência por sentir fortes dores no corpo. O idoso foi diagnosticado com um câncer no rim e no fígado no início do ano, e desde então não saia mais de casa. Sensibilizado pela condição de seu José, o juiz Joviano deixou o seu ambiente de trabalho diário, para conceder a audiência previdenciária do idoso em sua residência, em Trindade (GO), na região metropolitana de Goiânia. Ele julgou procedente o pedido do idoso e condenou o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a conceder parte o benefício da aposentadoria rural por idade, no valor de um salário mínimo. Três dias após a audiência o idoso veio a falecer.
“Estamos homenageando o juiz hoje pelo ato, pela humildade, a simplicidade de sair do seu pedestal, do ar condicionado para ir até a periferia reconhecer o direito de um cidadão que estava esperando a morte chegar sem ser reconhecido pelos nossos governantes. Quando eu vi essa matéria eu fiz questão de fazer essa moção honrosa que foi assinada por quase todos os vereadores que estavam presentes na Casa”, complementou Paulo Magalhães.