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Mais de 80% dos profissionais da educação são contra retorno presencial, aponta relatório que será entregue à SME nesta sexta

por Da Redação publicado 12/02/2021 13h32, última modificação 12/02/2021 13h33

O secretário municipal de educação e esporte de Goiânia, Marcelo Costa, vai receber, na tarde desta sexta-feira, 12, o relatório formulado pelo Grupo de Trabalho (GT) “Aulas na Educação Pública Municipal Durante a Pandemia” conduzido pela vereadora Aava Santiago (PSDB) e o vereador Mauro Rubem (PT). O documento reúne dados de três encontros híbridos com profissionais e entidades sindicais, tanto da educação quanto da saúde, e três pesquisas virtuais junto a diretores e professores da Rede Municipal de Educação de Goiânia para saber quais são as percepções acerca da retomada presencial das aulas, mesmo que de forma escalonada. Mais de 840 profissionais, entre professores, diretores e técnicos administrativos, responderam a pesquisa, entre os dias 2 e 3, e 8 e 9 de fevereiro. As conferências remotas reuniram centenas de pessoas nas plataformas Zoom e YouTube e o relatório contempla amplas reivindicações. 

Os números coletados na pesquisa, bem como as observações dos profissionais sobre as melhorias necessárias, seus medos e anseios, revelaram que mais de 80% dos profissionais são contra o retorno presencial por uma série de motivos. Dentre eles, a falta de estrutura física, em que 90% dos diretores responderam não haver condições de seguir à risca todos os protocolos sanitários e de segurança entre os alunos do ensino infantil. Entre professores e administrativos, as respostas giraram em torno de 80% para o mesmo quesito. 

Sobre aparatos e verbas para aquisição de materiais de combate à pandemia, como álcool em gel, máscara, luvas, entre outros itens, apenas 15,6% dos professores acreditam que a escola tem condições de atender. Já na questão da dinâmica escolar, para a maioria dos profissionais da educação, cerca de 70%, não existe a possibilidade de realização de recreios alternados para evitar aglomerações, por exemplo. 

Após amplo processo de escuta e de pesquisa, o GT propõe que só é possível uma retomada de resguardado pelo menos dez recomendações baseadas em ações realizadas em três momentos: antes, durante e depois das aulas iniciadas. São sete ações previstas antes do início das aulas. A primeira delas é a inclusão de profissionais da educação no grupo prioritário de vacinação, que permanece nas três fases. Outra ação é designar que mães servidoras sem creche para os filhos trabalhem em home office. O aprimoramento do sistema de Ambiente Virtual de Aprendizagem Híbrida (AVAH) também entra nessa primeira fase. 

Durante a retomada, são dez ações propostas no documento, sendo um deles que a SME garanta o exame periódico de profissionais da área com protocolo de afastamento e substituição imediata daqueles que testarem positivo. Prevê também o mapeamento de alunos que não possuem tecnologia suficiente para o aprendizado e propor parcerias para a entrega de chips e/ou equipamentos para esses estudantes. 

Depois da retomada das aulas, são seis ações e o GT ressalta a testagem em massa semanalmente, num primeiro momento, e depois de 15 em 15 dias até se tornar mensal para evitar aumento de risco de contágio. Propõe também sistematizar fases de segurança, baseado em monitoramento semanal das condições sanitárias. 

Para a vereadora Aava Santiago, o momento exige cautela e sistematização rigorosa nas três fases de retomada das aulas presenciais. “Não dá para se criar mais um problema num período tão crítico de pandemia é que vidas estão em risco. O que fizemos foi não só ouvir diversos segmentos, mas elaborar de forma concisa este documento que direciona ações que asseguram a vida de todos da cadeia da comunidade escolar”, afirma a vereadora. Depois da entrega do documento, a parlamentar vai manter diálogo, fiscalizar o processo de retorno das aulas e cobrar das autoridades competentes que as ações sejam implementadas.

Texto e foto da assessoria de comunicação da vereadora