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Moradores pedem apoio da Câmara contra Rede de Alta Tensão na região sudoeste

por silvana — publicado 06/07/2017 14h49, última modificação 06/07/2017 14h49

Uma obra da Companhia de Eletricidade de Goiás- CELG na região Sudoeste da Capital foi o tema da Tribuna Livre da sessão desta quinta-feira,6, na Câmara. Trata-se de uma Linha de Transmissão de cerca de oito quilômetros nas ruas e avenidas de nove bairros da região,  incluindo o Parque Macambira/Anicuns, para promover a integração de três sub-estações.O pedido de Tribuna Livre foi feito pelo vereador Gustavo Cruvinel (PV).

O comerciante e morador do Parque Anhanguera, Flávio Correia, representante do movimento de moradores dos bairros afetados pediu a intercessão dos vereadores para que a Prefeitura não libere o alvará de construção da obra, que está embargada há cerca de dois anos. “Temos consciência da necessidade de ampliação da oferta de energia  mas, toda obra tem que respeitar as leis vigentes e, sobretudo o direito dos cidadãos”, declarou Flávio.

O representante do movimento fez um histórico da obra que, segundo ele, teve o alvará  aprovado há mais de 10 anos, quando no local só existia mato e não residências. Hoje, diz ele, são nove bairros e cerca de 20 mil moradores que serão afetados caso haja liberação da construção da rede de alta tensão, com 138.000 KVA de potência.

“Conviver com isto é conviver com o medo de prováveis acidentes fatais”, disse o morador lembrando que em quase metade do trajeto da linha a fundação das torres foram feitas junto à tubulação de aço de uma das maiores adutoras de água da cidade, da SANEAGO que fica no canteiro central das Avenidas Madri e Viena nos setores Jardim Europa e Parque Anhanguera 1 e 2.  

Flávio  chamou a atenção dos vereadores para  a “falta de respeito para com os residentes  da região, já que os responsáveis nunca informaram os moradores sobre a obra que foi iniciada sem placas de identificação  e também sem estudos de impacto de vizinhança-EIV. O resultado, foi a revolta da população que se mobilizou e vem resistindo há  mais de três anos contra a continuidade da obra, declarou.

CONTRADIÇÃO

Os moradores tentaram paralisar a obra junto à CELG e não conseguiram porque a empresa alega que o projeto, elaborado há mais de 10 anos, está correto e não existe nada de anormal atendendo as normas e distâncias legais das residências. Então, a população denunciou o fato à ANEL- Agência Nacional de Energia Elétrica que constatou erros no projeto da CELG e condenou a instalação da rede.

Como a rede pretende cortar em quatro pontos o parque Macambira /Anicuns, o movimento de resistência relatou o que estava acontecendo para o Banco Interamericano de Desenvolvimento- BID, responsável pelo financiamento do Parque, que enviou um consultor. Este, fez um laudo técnico apontando várias irregularidades ambientais e sociais,  condenando a obra e pedindo a suspensão da licença ambiental. Com isso, a AMMA- Agência Municipal de Meio Ambiente suspendeu a licença para a instalação da rede de alta tensão.

“No entanto, afirmou Flávio, a nova equipe técnica da Secretaria de Planejamento está mudando a classificação da obra para dispensar as exigências legais estabelecidas no termo de concessão do documento. Um absurdo administrativo que desrespeita a luta por nossos direitos”, desabafou.

Segundo Flávio, “já  foram apresentadas duas alternativas de traçados que afetariam menos pessoas com distâncias mais seguras para a população. Entre eles, o que passaria pelo Anel Viário, o que significa uma ampliação do traçado. Embora a CELG admita que a proposta é tecnicamente viável, afirma que persistirá no traçado do projeto original até esgotarem todas as possibilidades com os órgãos municipais.

Flávio concluiu pedindo que os vereadores intercedam junto ao Prefeito Iris  Rezende (PMDB) e ao Secretário de Planejamento, Agenor Mariano, mostrando que a liberação do Alvará de construção da Rede de Alta Tensão, na região,  só trará transtornos e riscos eminentes de perigo para os moradores. Esperamos que o Prefeito repense e não conceda o alvará”.  

Vários vereadores manifestaram apoio ao pedido do movimento de moradores e o presidente da Casa, Andrey Azeredo (PMDB) afirmou que "a população de Goiânia pode sempre contar com o apoio  da Câmara nas questões que afetam a comunidade."