Oitiva com gerente de abastecimento da Comurg é adiada
O convidado desta terça-feira (18) para falar à Comissão Especial de Inquérito que investiga supostas irregularidades na Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), Fabrício Sotto, que é gerente de abastecimento da empresa, teve sua oitiva adiada após reclamações do seu advogado quanto à forma como as perguntas estavam sendo dirigidas ao seu cliente.
Apesar de o vice-presidente da comissão, Welton Lemos (Podemos), ter anunciado no início que Fabrício estava sendo ouvido na condição de testemunha e que ele poderia optar por não responder às perguntas, o advogado alegou que seu cliente estava sendo inquirido como se fosse um investigado. Como testemunha, ele deveria ser compromissado a dizer somente a verdade antes do início das perguntas, o que não foi feito, conforme observou o advogado.
O procurador jurídico da Câmara Mateus Camile, que assessora a CEI, concordou com o pedido e, assim, o relator da comissão, Thialu Guiotti (Avante), pediu reagendamento da oitiva para esta quinta-feira (20).
Amizade
Sotto é da cidade de Itu (SP) e veio à Goiânia após indicação do diretor administrativo-financeiro da Comurg, Adriano Gouveia, seu “amigo de muitos anos”, conforme definiu enquanto falou no início da oitiva. Adriano também é natural do interior de São Paulo.
Contudo, Fabrício disse que passou por um processo seletivo, inicialmente para trabalhar na área jurídica da Comurg, por ser bacharel em Direito. “Durante a triagem, a equipe de recursos humanos verificou que eu tinha qualificação em logística”, afirmou.
Dessa forma, ele foi contratado como assessor administrativo em janeiro deste ano e já direcionado como encarregado de gerir o contrato no valor de R$ 170 milhões com a empresa Rede Sol para abastecimento de gasolina e diesel aos veículos da Comurg durante cinco anos.
A Rede Sol é uma das clientes da empresa DX Tech, que fornece software para controle de combustíveis e tinha como sócio Adriano Gouveia até algumas semanas antes do início da CEI, conforme apurado no depoimento de Adriano dado em 27 de março. Ele negou qualquer influência na escolha da empresa para cumprir o contrato e do amigo como gestor.