Ouvidoria da Mulher da Câmara lança campanha inédita de acolhimento profissional a mulheres vítimas de violência de gênero
A Ouvidoria da Mulher da Câmara Municipal de Goiânia lançou, no último dia 23, a primeira edição da campanha “Acolha uma Mulher” para cadastrar profissionais da psicologia para atendimento de mulheres vítimas de violência de gênero. De forma inédita, a campanha integra ações da rede “Você não está sozinha”, idealizada pela vereadora Aava Santiago (PSDB), que atualmente é ouvidora na Casa.
O cadastro pode ser feito até o próximo dia 30 de abril. A ação busca firmar parcerias com núcleos de práticas de universidades públicas e privadas que podem incluir estudantes em fase de conclusão de curso para atendimento supervisionado. Porém, no primeiro momento, é necessário que a profissional seja formada e tenha registro no Conselho Regional de Psicologia.
De acordo com a psicóloga da Ouvidoria, Lara Faria, será feito o acolhimento e direcionamento para o atendimento conforme cada caso. “Faremos uma triagem para verificar o tipo de violência sofrida para dar o encaminhamento adequado. O atendimento será feito uma vez por semana, durante 50 minutos, por um período de 4 meses, podendo ser prorrogado após diagnóstico inicial”, afirma ela.
De acordo com as regras estipuladas pela Ouvidoria, qualquer mulher vítima de violência, acima de 14 anos, independentemente de sua condição social, pode ser encaminhada para receber atendimento psicológico, sendo totalmente gratuito a mulheres em situação de vulnerabilidade. As vítimas podem procurar a ouvidoria por meio do Instagram (@ouvidoriadamulher) ou pelo e-mail ouvidoriadamulhercamara@gmail.com. No momento, os atendimentos presenciais estão suspensos em função do agravamento da pandemia. Mas, assim que retornarem os trabalhos na Câmara, o atendimento também poderá ser feito via telefone, pelo número 62 3524-4234.
A campanha já cadastrou três psicólogas parceiras que receberão o encaminhamento da Ouvidoria para atendimento das vítimas, que podem ter sofrido violências físicas, emocionais, sexuais, virtuais, morais e patrimoniais. As vítimas preencherão um cadastro em que dará as informações necessárias para identificar o tipo de serviço a ser oferecido. As informações estarão resguardadas sob absoluto sigilo.
Rede de apoio
“Acolha uma Mulher” é uma campanha que integra a ação da rede “Você não está sozinha”, idealizada pela vereadora Aava Santiago. Elaborada juntamente com a coordenadora da Ouvidoria, Maria Clara Dunck, e a psicóloga Lara Faria, a campanha visa atender servidoras da Câmara, mulheres que chegam aos gabinetes pedindo orientação para denúncia ou qualquer uma em estado de violência e que necessite ser acolhida. A campanha conta também com a parceria do Núcleo Especializado de Defesa e Promoção dos Direitos da Mulher (Nudem), da Defensoria Pública do Estado de Goiás, coordenado pela defensora Gabriela Hamdan.
Para a vereadora Aava Santiago, o papel da Ouvidoria na Câmara saiu da forma passiva, em que só recebia denúncias de assédio, para a de protagonista no sentido de amplificar a voz, acolher, direcionar e propor soluções para mulheres vítimas de violência de gênero. “Eu acredito no serviço público como um agente de transformação. E a partir do momento em que estou ouvidora e temos uma demanda social altíssima de violência contra a mulher em diversos níveis, me senti na obrigação de propor soluções que tirem essa mulher desse lugar pavoroso de medo e inércia, para onde ela possa se conscientizar da violência que sofre, ter forças psicológicas para sair dessa situação e encontrar caminhos possíveis para uma vida promissora, com oportunidades e longe das agressões”, afirma.
Segundo a vereadora, o atendimento psicológico é a base desse processo de retomada da vida da mulher em situação de violência e, por isso, as ações estão concentradas nessa área na primeira etapa do projeto. “Queremos ampliar o atendimento e, inclusive, estamos buscando soluções bem-sucedidas fora do Estado de Goiás. A ideia é ver o que ouvidorias em todo o Brasil estão trabalhando para transformar o país num lugar menos violento para mulheres”, ressalta Aava.
Texto e foto da assessoria de comunicação da vereadora