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Em votação definitiva, Plenário da Câmara de Goiânia aprova projeto que autoriza empréstimo de até R$ 710 milhões pela Prefeitura

por Michelle Lemes publicado 07/03/2024 12h55, última modificação 07/03/2024 16h23
De autoria do Executivo, matéria prevê aplicação de recursos em realização de obras na capital. Texto foi aprovado com alterações recomendadas pelo Ministério Público do Estado de Goiás

Com 24 votos favoráveis e 7 contrários, o Plenário da Câmara de Goiânia aprovou, em turno definitivo, na Sessão Ordinária desta quinta-feira (7), projeto de lei (PL 407/2023), de autoria do Executivo, que autoriza a Prefeitura a contratar empréstimo de até R$ 710 milhões para realização de obras na capital. O texto foi aprovado com alterações recomendadas pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) e que também atendem a notificação do Banco do Brasil.

Entre as mudanças incluídas por meio de emenda, está a que trata da obrigatoriedade de aplicação do valor do empréstimo exclusivamente na execução de obras descritas no anexo do projeto, sendo proibido emprego do dinheiro no custeio de despesas correntes.

A emenda também incluiu, no anexo, informações detalhadas com descrição e valor das obras, além da vinculação delas aos setores beneficiados – como infraestrutura, saúde, educação, mobilidade e gestão.

A matéria aprovada também prevê possibilidade de remanejamento de recursos do empréstimo para serviços de recapeamento e reconstrução asfáltica, nos seguintes casos:

- obras descritas no anexo que estejam em andamento e que tenham parcelas pagas com recursos do tesouro municipal;

- deságio entre o valor estimado e o obtido pela licitação das obras.

A alteração ainda ajustou o texto à Emenda Constitucional, de dezembro do ano passado, que reformou o Sistema Tributário Nacional, de forma a incluir 25% da arrecadação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) como contragarantia do empréstimo.

Discussão

Na sessão desta quinta, o vereador Sargento Novandir (Avante) teve pedido de vista negado. Ao defender a regularidade da tramitação na Câmara, a base aliada do Executivo argumentou que o projeto aprovado contempla as adequações propostas.

Para o relator da emenda na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), vereador Denício Trindade (MDB), a maioria dos integrantes do colegiado considerou legal a inclusão das mudanças.

"Fiz a relatoria desse processo com tranquilidade, até porque houve manifestação por parte da Procuradoria desta Casa. Votamos favoravelmente àquilo que vai ser bom para a cidade. Muitos questionam que a Casa está dando cheque em branco para o prefeito, mas estamos pensando na cidade. Tenho certeza de que quem ganha com este empréstimo é a população", afirmou.

O vereador Pedro Azulão Jr. (PSB) reforçou que todas as recomendações dos órgãos de fiscalização foram atendidas durante a votação. Ainda segundo o parlamentar, o dinheiro do empréstimo resultará em benefícios para Goiânia.

"Precisamos deixar claro para a população que este dinheiro não é um cheque em branco; só poderá ser gasto com obras licitadas. Este dinheiro é para construir quadras esportivas, Cmeis, unidades de saúde; é para asfaltar bairros e recapear ruas", declarou.

Já entre parlamentares contrários à aprovação do projeto, Lucas Kitão (PSD) afirmou que "houve uma sucessão de erros". Para o vereador, a apresentação das mudanças, por meio de emenda, deveria ter ocorrido no início da tramitação.

"Os vereadores não deveriam se expor a riscos, com um empréstimo que nem se sabe se chegará a tempo", acrescentou Kitão.

Aava Santiago (PSDB) pretende mover outra ação na Justiça para invalidar a lei. De acordo com a vereadora, os juros do empréstimo são abusivos ao longo dos nove anos que a Prefeitura terá para pagar a dívida. Aava alega ainda desrespeito ao prazo regimental para votação de projeto em regime de urgência, já que a matéria tramita há dois meses.

"Entrei com recurso à Procuradoria da Casa, para entender por que estamos votando um projeto apresentado no ano passado e que veio em caráter de urgência. O Regimento é claro: projetos enviados pelo prefeito, em caráter de urgência, precisam ser votados em até 45 dias. Caso não sejam votados, a Mesa Diretora é obrigada a colocá-los na pauta. Como passou esse prazo e o projeto não foi votado, o prefeito deveria ter enviado outro [projeto] para o trâmite normal", argumentou.

Próximos passos

Com aprovação da matéria, o autógrafo de lei será enviado para sanção do prefeito. Na sequência, ocorrerá publicação do texto no Diário Oficial. Segundo a Procuradoria-Geral do Município, a contratação do empréstimo ainda dependerá de parecer da Secretaria do Tesouro Nacional. O empréstimo precisa sair até 5 de julho – 180 dias antes do fim do mandato de Rogério Cruz (Republicanos).