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Polícia vai abrir inquérito sobre falta de atendimento odontológico pelo SUS

por Quezia de Alcântara publicado 05/12/2017 09h04, última modificação 05/12/2017 09h04

O titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra a Administração Pública, André Augusto Bottesini Jorge, abriu inquérito para apurar a suspensão do atendimento odontológico nos Cais de Goiânia após receber denúncias na tarde da segunda-feira, 4, dos vereadores que integram a CEI da Saúde. “Vamos verificar se houve omissão, já que segundo informações preliminares, a Prefeitura finalizou todo o processo licitatório; mas queremos verificar o porquê dessa demora e saber se houve danos ao munícipe e ao patrimônio público”, explicou o delegado.

 Relator da CEI, o vereador Elias Vaz (PSB) afirmou que a Prefeitura tem sido negligente. “Apesar de ter 370 dentistas contratados, o serviço está paralisado no Município. A procura é enorme, a fila de espera é imensa e muitos pacientes estão sofrendo enquanto aguardam. As pessoas precisam arrancar os dentes porque não suportam a dor. Uma cidadã fez isso em casa, com um alicate. É dever do Município oferecer atendimento, é direito do cidadão previsto na Constituição”.

 

Em reunião da Comissão Especial de Inquérito na manhã desta segunda-feira, o vereador apresentou ofício encaminhado pela gerente de Saúde Bucal do Município, Ana Paula Nomelini Marques da Silva Vianna, no dia 31 de março às unidades de saúde da capital informando que insumos estavam em falta, principalmente anestésico, e dando ordem para suspender os atendimentos eletivos. Ele também mostrou cópias do termo de homologação que autoriza a Prefeitura a comprar vários itens, inclusive três mil caixas, com 50 unidades cada, do anestésico lidocaína, com data de 29 de agosto de 2017. Elias apurou que essa quantidade é suficiente para cerca de 150 mil atendimentos.

 “Esse documento desmascara a secretária Municipal de Saúde, que insiste em dizer que o processo licitatório ainda está em andamento e por isso os materiais não foram comprados. É mentira. O termo de homologação é a última etapa de um pregão. Isso significa que a prefeitura está autorizada a comprar os insumos desde agosto e a população continua sem atendimento. É de uma negligência que não dá pra entender”, destaca Elias Vaz.

A CEI convocou novamente para esta terça-feira (05), às 14 horas, a gerente de Saúde Bucal do Município, Ana Paula Nomelini Marques da Silva Vianna. Ela deve dar explicações aos vereadores sobre a suspensão do atendimento odontológico e a demora na compra de insumos já autorizada por licitação. (Com informações da assessoria de Elias Vaz). (Foto de Wictoria Jhefany)