Projeto que trata da Lei do Umbiguinho é debatido em audiência pública
Sob coordenação da vereadora Sabrina Garcêz (PSD) foi realizada audiência pública para discutir o projeto de lei que trata da implantação da Lei do Umbiguinho no município de Goiânia.
O projeto foi apresentado no início de fevereiro de 2021, antes do fechamento da Casa, para conter a propagação do novo Coronavírus.
Karla Cerávolo, psicóloga perinatal-obstétrica, em parceria com a vereadora Sabrina, convidou diversos profissionais para debaterem a importância do atendimento psicológico na sala de parto à parturiente e sua família.
“Todo parto importa; é um dia definitivo para esta mulher que está se tornando mãe e este homem que está se tornando pai”, afirmou a psicóloga adicionando que “parto humanizado não é só parto vaginal, mas também cesáreo”.
Cerávolo adicionou que “nenhuma mulher deveria passar pela experiência de um parto de bebê natimorto sozinha, gera muitos traumas, além de que a mulher que não se sente amparada, tem mais propensão de ter depressão pós-parto”.
A psicóloga obstetra convidada, Fátima Bortualete, defendeu a necessidade desse tipo de assistência no parto. “O que vivemos em nosso nascimento fica registrado em nosso drive interno que vai ser acionado ao longo da vida, pois o estresse natural da gravidez, do parto e do pós-parto tem um potencial de comprometer o ser que nasce. O parto envolve o espiritual, o filosófico, o emocional, o físico e o social”.
O médico obstetra João Baptista Alencastro, que tem mais de 31 anos de experiência e já realizou mais de 4 mil partos, explicou que “desde o exame positivo, os primeiros meses de gestação há necessidade do acompanhamento médico e psicológico, pois a gestação é uma caixa de surpresa”. Ele descreveu que “o parto é uma secessão de eventos e quando o parto vaginal não evolui deve-se fazer uma cesariana, que apesar de ser uma emergência, não deixa de ser um parto”. O obstetra afirmou que “ a consulta pré-natal é importante, o parto precisa ser digno e o puerpério não pode deixar de ser olhado”.
A obstetra Mariane Stival, por sua vez, corroborou as palavras do colega quando assegurou que “o nascer começa quando e como a criança foi gerada e a forma como é cuidada durante o pré-natal”. Stival disse que “a mulher que é amparada nesse processo consegue passar pelas flutuações hormonais fisiológica com muito mais tranquilidade e passam a ter um vínculo maior com seu bebê”.
A enfermeira Patrícia Morais, Diretora de Atendimento Secundário da Secretaria Municipal de Saúde, representou “o secretário da pasta. Ela contou que a rede pública de saúde possui ações significativas na Rede Cegonha e duas maternidades públicas que fazem o parto humanizado, mas que “é preciso estender o atendimento psicológico pois o momento do parto é de uma explosão de sentimentos”. Patrícia descreveu o caso de meninas de 13,14 anos que não estavam preparadas para a gestação e precisam de uma equipe preparada para acompanhá-las.
Também participaram do encontro virtual, o presidente do Conselho Regional de Psicologia-Goiás, Wadsom Arantes Gama, que louvou o projeto da “Lei Umbiguinho” e contou que atende mulheres com mais de 60 anos em seu consultório e observa que muitas carregam traumas do início de suas vidas, inclusive do parto.
As mães Marcela Benjamim, Maisa Pôncio, Renata Estrela, Marina Reis e Fernanda Costa contaram suas experiências em partos onde não tiveram assistência psicológica e quando puderam ter a presença de uma psicóloga durante esse evento. Elas asseveraram que os traumas, medos e inseguranças dos partos anteriores puderam ser trabalhados e muitos até mesmo, superados com a ajuda das psicólogas no hospital enquanto pariam seus filhos.
A vereadora Sabrina convocou aos presentes para colaborarem em um grupo de trabalho a fim de conscientizar os demais vereadores, os órgãos públicos e a sociedade da necessidade de implantar esse serviço, previsto no projeto em discussão da Lei do Umbiguinho na rede pública.
Foi oferecido pela psicóloga Karla Cerávolo treinamento da Rede Umbiguinho de Assistência ao Parto para as equipes que lidam com o processo de nascer nos hospitais e maternidades, para humanizar o parto e dar apoio às parturientes desde a gestação até o puerpério.
Sabrina também informou que fará estudo aprofundado do tema, com todos os vieses técnicos, políticos, jurídicos para levar ao Ministério da Saúde. Também antecipou que irá à Secretaria de Saúde do Município, a fim de levar a proposta e obter o apoio do Executivo para a aprovação da nova lei.