Promotor Fernando Krebs fala sobre ação contra ex-dirigentes da Comurg
A 27ª reunião da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga as contas da Prefeitura de Goiânia no período 2008-2017, teve como convidado nesta quarta-feira, 16, o promotor do Ministério Público, Fernando Krebs. A reunião aconteceu na Sala das Comissões da Câmara Municipal de Goiânia.Presidida pelo vereador Zander Fábio (PEN), a Comissão tem como membros os vereadores Priscilla Tejota (PSD), Jorge Kajuru ( PRP), relator;Jair Diamantino (PSDC), Tiãozinho Porto ( Pros) e Kleybe Morais (PSDC), O objetivo é encontrar as causas do déficit mensal de cerca de trinta milhões de reais da prefeitura.
Fernando Krebs é o autor de uma ação civil contra ex-diretores da Comurg e sindicalistas que tem como base uma auditoria solicitada ao Tribunal de Contas dos Municípios e consulta ao Ministério Público do Trabalho. De acordo com esta auditoria, a folha de pagamento dos servidores da Comurg saltou de 78 ( setenta e oito) milhões em 2009 para 224 (duzentos e vinte e quatro milhões) em 2014. Já os repasses feitos para a Associação dos Servidores da Comurg( Ascom) saltaram de 236 ( duzentos e trinta e seis mil) reais , em 2009 para 672 ( seiscentos e setenta e dois ) mil reais em 2014. “Pelo que foi apurado, a soma do prejuízo chega a 20( vinte ) milhões de reais, sendo seis milhões e oitocentos e quarenta e oito mil reais referentes ao valor dos danos causados treze milhões e seiscentos e noventa e seis mil reais de multas aplicadas”, afirmou Krebs. Grande parte deste prejuízo, disse, foi consequência de Convenções Coletivas de Trabalho (CCT) e mecanismos para enriquecimentos ilícitos.
O promotor lembrou que Luciano de Castro Carneiro foi afastado do cargo de presidente judicialmente. Além de Luciano, estão citados como réus na ação: Wagner Siqueira, Cirilo das Mercês Bonfim, Edgar Segato Neto, Waldomiro Arantes, Claudimar Silva, Rildo Ribeiro de Miranda, Edilberto Dias, Paulo de Tarso Batista, Ormando Pires ( atual diretor da Comurg), Milton Vieira de Melo. Fernando Krebs citou que “a Comurg se tornou um curral eleitoral”, onde relações promíscuas elegeram muita gente. Enumerou também o que acredita serem os “gargalos” da prefeitura, juntos ao gerado pelas gestões da Comurg: a falta de um processo eficiente de arrecadação e isenções de impostos concedidas, por exemplo, a clube de futebol, igrejas;a cobrança do ISS de estacionamentos feita por estimativa e a falta de competência para reaver os créditos a que a prefeitura tem direito.
Por último, Krebs sugeriu que os membros da Comissão acessem a relação dos inquéritos que envolvem a Comurg e que estão em andamento como a questão de boletos para pagamentos nos aterros sanitários, a doação de lotes de forma irregular na gestão de Sebastião Ferreira Juruna na Secretaria Municipal de Planejamento.