Reabertura de comércio divide opiniões e esquenta debate durante Sessão
A reabertura do comércio considerado não essencial em Goiânia – autorizada por meio de decreto assinado pelo prefeito Iris Rezende (MDB) na última semana – foi pauta da Sessão Ordinária desta quarta-feira (24), na Câmara Municipal. Alguns dos vereadores mostraram preocupação com a divulgação de vídeos e notícias, em veículos de imprensa da Capital, acerca da aglomeração de pessoas na Região da Rua 44, cujos lojistas só podem retomar os trabalhos a partir do dia 30 de junho.
“Trata-se de uma situação extremamente preocupante, visto que a maioria das pessoas, ali, circulavam sem máscaras, e sem o mínimo distanciamento”, sustentou o vereador Andrey Azeredo (MDB). “Especialistas dizem que até o dia 26 de julho viveremos os piores momentos dessa pandemia. É uma responsabilidade nossa, como homens públicos, buscar uma solução imediata. Que esta Casa, que agiu com veemência para a abertura e para a flexibilização nesse momento, aja também com veêmencia par evitar mortes, pois tudo isso se tornará um caos nos próximos 15 dias”, acrescentou.
Clécio Alves, líder do MDB e vice-presidente da Câmara, que conduziu os trabalhos, disse compartilhar da preocupação do colega e lembrou: “Goiás, hoje, é um dos Estados que mais registram novos casos de Covid19 no País”. O parlamentar destacou as péssimas condições do transporte coletivo – incluindo a falta de ônibus para atender à demanda –, mas considerou: “Cabe à população, também, o bom senso”.
Falta de gestão
Na avaliação da vereadora Tatiana Lemos (PCdoB), a Capital está sem gestão. “Goiânia não está em isolamento social e não há fiscalização. É uma hipocrisia falar apenas da Região da 44 e dos shoppings enquanto vemos tudo, na cidade, funcionando; trabalhadores precisando se deslocar e empresas milionárias do transporte coletivo retirando ônibus de circulação”, argumentou. “Enquanto isso, não vemos o prefeito conversar, não vemos fiscalização alguma”, completou.
Outra vereadora a criticar as ações empreendidas pelo Paço foi Dra.Cristina (PL). Segundo ela, é grande a insegurança nas unidades de Saúde da Capital. A parlamentar ressaltou que a Prefeitura não estabeleceu protocolo de atendimento para pacientes com o novo coronavírus nem entregou equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados aos servidores do Município que atuam na linha de frente de combate à doença. Além disso, afirmou Dra.Cristina, houve a retirada da Guarda Civil Metropolitana (GCM) das unidades. “As máscaras seguem com péssima qualidade, testes rápidos não são realizados … A vereadora Tatiana Lemos tem razão: não há liderança nessa crise”, frisou.
Defesa
Líder do prefeito Iris Rezende na Casa, o vereador Welington Peixoto rebateu as críticas. “Chega a ser um insulto dizer que o prefeito não conversa”, declarou. De acordo com Welington, o chefe do Executivo goianiense tem pautado as suas ações, nesse período de pandemia, com base em notas técnicas, pareceres e protocolos de segurança emitidos pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). “Contudo, o empresário e a população precisam fazer, também, a sua parte”, ponderou.
Carlin Café (MDB) saiu em defesa do prefeito: “Um dos melhores gestores deste País está aqui em Goiânia. Concordo que o transporte coletivo é péssimo, que temos que melhorar muita coisa, mas o prefeito Iris Rezende é um orgulho para todos nós”. Denício Trindade (MDB) defendeu, por sua vez, a flexibilização, “com regras para evitar contágio”, de bares, restaurantes, academias, templos religiosos e cursos profissionalizantes.
Mais uma vez, nesta quarta-feira a Sessão ocorreu com a participação simultânea de alguns vereadores presentes no Plenário da Câmara e, outros, acompanhando os trabalhos de forma virtual, de suas casas. Com dois vetos do prefeito trancando a Pauta de votações do dia e após a suspensão das atividades, por dez minutos, o vereador Clécio Alves encerrou, por falta de quórum, a Sessão Plenária, convocando outra para a próxima terça-feira, dia 30 de junho, em horário regimental, quando deverá ser votada a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 2021.