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Recursos hídricos da Região Metropolitana de Goiânia em pauta

por Patrícia Drummond publicado 03/10/2023 19h35, última modificação 04/10/2023 13h04
Em audiência pública, promovida pelo vereador Anselmo Pereira (MDB), especialistas, pesquisadores e representantes do governo apontaram demandas e desafios para assegurar preservação de nascentes

Uma carta com desafios a serem enfrentados para garantir preservação de águas pluviais, fluviais e subterrâneas da Região Metropolitana de Goiânia deverá ser encaminhada a órgãos gestores competentes, a partir de audiência pública realizada, na tarde desta segunda-feira (2), na Câmara Municipal. O evento, proposto pelo vereador Anselmo Pereira (MDB), debateu a qualidade de recursos hídricos e impactos ambientais sofridos, atualmente, por nascentes da capital.

“Trata-se de um alerta sobre a grande necessidade da preservação ambiental no município de Goiânia e também em cidades do entorno, porque a nossa cidade não é uma ilha, isolada da Região Metropolitana. Precisamos preservar, imediatamente, as águas do lençol freático e dos nossos reservatórios, sobretudo para as gerações futuras”, destacou o parlamentar. “Adquirimos, aqui, grandes experiências, com pessoas que já estão, inclusive, estudando as nascentes dos nossos córregos e fazendo com que bacias como a do Botafogo, por exemplo, sejam pioneiras como modelo de preservação para outras mais de 30 bacias que temos em Goiânia”, acrescentou.

De acordo com Anselmo, a carta, com demandas e sugestões apontadas durante a audiência pública, será enviada ao prefeito Rogério Cruz (Republicanos) e a pelo menos sete órgãos do Executivo Municipal. O documento também será enviado à Companhia Saneamento de Goiás (Saneago). Na avaliação do vereador – além de recursos, por meio de emendas impositivas nos níveis municipal, estadual e federal –,  esses órgãos precisam “conversar e interagir”, pelo bem da preservação ambiental em toda a Região Metropolitana.

“É necessário criar mecanismos de informações que conversem entre si e tragam cadastramento de órgãos de interesse, como Saneago, Prefeitura de Goiânia e todos os demais que gerem a questão ambiental na nossa cidade, transmitindo isso para as outras cidades da Região Metropolitana”, pontuou o vereador, lembrando que a área ambiental exige implantação de políticas públicas integradas.

Urgência

Do encontro realizado na Câmara, participaram representantes da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), da Saneago, pesquisadores e profissionais ambientalistas. Estiveram presentes Raul Rodrigues de Freitas Júnior, especialista em Planejamento e Gestão Ambiental e professor da Universidade Federal de Goiás (UFG); Camila Dantas Lúcio Roncato, superintendente de Meio Ambiente e Recursos Hídricos; José Geraldo Nogueira de Oliveira, gerente de Pesquisa e Monitoramento de Recursos Hídricos; Paulo Henrique de Almeida, supervisor de Hidrologia; Rafaela Wollf de Pina, gerente de Apoio à Conservação de Mananciais; Rhuana Thayna, da BSA Soluções em Meio Ambiente; Raflésia Pereira, advogada ambiental; e Fábio de Souza Santos, da Amma. O grupo deverá se reunir novamente em cerca de 40 dias.

Esgoto, aterramento, poluição, drenagem do solo, lixo e queimadas foram apontados como os principais inimigos das nascentes. A maioria dos debatedores declarou ser urgente a mudança nas relações entre seres humanos e meio ambiente, em soma de esforços entre comunidade, sociedade civil organizada e poder público. “As nascentes do município de Goiânia, assim como as do entorno, e no Brasil todo, principalmente as que são pequenas nascentes, correm alto risco de perda de qualidade, de quantidade de água, por causa da poluição, do lixo. Nossa ideia é começar a recuperar as nossas nascentes desses impactos ambientais, para resgatar a fauna e a flora que vivem nesses espaços urbanos”, argumentou o professor da UFG, Raul Rodrigues de Freitas Júnior.

Durante a audiência, ele apresentou aos participantes o projeto piloto "Águas de Goiânia: os desafios para a qualidade e disponibilidade", elaborado a partir da união de várias instituições – de governo e da sociedade civil. O objetivo, segundo Raul, é apresentar a proposta também à população e convidá-la a integrar o projeto. “Queremos mostrar à população todo esse diagnóstico e trazê-la conosco; chamar a sociedade para a construção de um projeto efetivo para as nossas águas e, em conjunto com o poder público, partir para a execução, para ações concretas”, explicou o pesquisador, frisando que conscientização, na área ambiental, é o ponto de partida para quaisquer iniciativas.