Reivindicações dos servidores do Município foram tema de Audiência Pública realizada nesta quarta-feira
O vereador Mauro Rubem (PT) promoveu na tarde desta quarta-feira (16), no Plenário da Câmara, Audiência Pública para tratar sobre reivindicações dos servidores da Prefeitura de Goiânia. Dentre os temas em debate estiveram o pagamento em atraso, por dois anos, da data-base dos servidores, além de questões relacionadas a quinquênio, auxílio-transporte e plano de carreira. Na oportunidade, convidados e participantes – de forma presencial e remota - também relataram queixas e insatisfação quanto à atual gestão municipal e à infraestrutura, principalmente de unidades públicas de Saúde.
A Audiência Pública foi aberta com a apresentação, em voz e violão, do jovem músico Gabriel Lisboa. Na sequência, o vereador Mauro Rubem – que é servidor da Prefeitura, atuando como cirurgião-dentista na UPA Noroeste desde 1994 - fez uma breve retrospectiva dos fatos que culminaram com a realização do evento. “Nós, trabalhadores do Município, estamos reivindicando nada mais nada menos do que a reposição salarial de dois anos, 2020 e 2021. E o pagamento desse reajuste, de 9,32%, precisa ser feito urgentemente, visto que já temos outra data-base a caminho, em maio, relativa a este ano de 2022. Trata-se de um direito assegurado; são perdas salariais acumuladas que estão chegando a três anos”, argumentou.
Mauro lembrou que o pagamento da data-base aos trabalhadores do Município é compromisso assumido publicamente, mais de uma vez, pelo prefeito Rogério Cruz. “Promessa que o prefeito, infelizmente, não cumpriu”, destacou, mostrando vídeos gravados com a fala do chefe do Executivo em duas ocasiões – uma, na própria Câmara, durante prestação de contas; e outra, em um programa de entrevistas. “A Prefeitura acaba de cobrar dos cidadãos goianienses um IPTU abusivo. Esperamos que possa, ao menos, oferecer um atendimento adequado à população, com a valorização do serviço público e do servidor”, acrescentou o parlamentar petista.
Sucateamento e falta de diálogo
Economista e supervisora técnica do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese-GO), Leila Brito foi uma das convidadas da Audiência Pública realizada nesta quarta-feira. Com base em dados oficiais, consolidados e auditados, a partir do que determina a Lei de Responsabilidade Fiscal, ela falou sobre a situação financeira da Prefeitura de Goiânia diante do pagamento do reajuste prometido aos trabalhadores: “Os cofres públicos do Município têm capacidade para isso. A arrecadação da Prefeitura, pelos dados consolidados, torna perfeitamente possível o pagamento da data-base, até abaixo de uma margem disponível”, esclareceu. Leila se comprometeu a apresentar um estudo técnico detalhado de todos os números e percentuais que possam ser levados ao Executivo Municipal, assim como o Dieese fez com relação ao Governo do Estado.
Dentre as lideranças sindicais que representaram os servidores no evento, foi unânime, além da queixa relacionada à perda salarial, a reclamação acerca da ausência de diálogo com a Prefeitura e do sucateamento das unidades de Saúde da capital. José Augusto Milhomem da Mota, presidente do Sindicato dos Odontologistas de Goiás (Soego); Tereza de Souza Araújo, vice-presidente do Conselho Regional de Serviço Social 19ª Região (CRESS Goiás); Roberta Rios, presidente do Sindicato dos Enfermeiros (Sieg); e Néia Vieira, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde (Sindsaúde-GO) apontaram diferentes situações experimentadas, desde a falta de pagamento de telefone e de limpeza até a ausência de profissionais em plantões ou em serviços específicos.
Os sindicalistas destacaram, também, tentativas frustradas de agenda com o secretário Durval Pedroso para tratar de demandas importantes, e relataram, ainda, preocupação com uma possível terceirização da Saúde. Na avaliação do grupo, a desvalorização dos servidores e o descaso com o serviço público prestado, principalmente na área, reforçariam essa intenção do Executivo.