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Rejeitado desarquivamento de projeto que instituía Programa Escola Sem Partido

por Antônio Ribeiro dos Santos publicado 13/12/2017 13h01, última modificação 13/12/2017 13h01

Foi rejeitado na sessão de hoje (13) o requerimento do vereador Oséias Varão, PSB, que solicitava o desarquivamento do projeto de sua autoria que propunha instituir no ensino municipal de Goiânia o Programa Escola Sem Partido. O projeto foi apresentado em agosto deste ano mas arquivado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

A CCJ aprovou o parecer da vereadora Tatiana Lemos (PC do B) pelo arquivamento da matéria, no dia 4 de outubro último.. Ela, inclusive, foi a principal opositora ao projeto de Oséias Varão. O pedido de desarquivamento do vereador estava na pauta de votação da Casa desde 18 de outubro.

Na votação de hoje, as galerias foram ocupadas por dezenas de professores e lideranças do Sintego (sindicato dos professores), Simpro, Fórum Estadual da Educação e Movimento Negro Unificado. Eles protestaram contra o projeto, sob os gritos de "escola sem mordaça".

POLÊMICA

Ao ocupar a tribuna para justificar sua propositura, Oséias Varão disse estar acostumado com a "ideia de incompreendido. Não sou um suicida político. Mas não abro mão daquilo que acredito. Defendo com convicções minhas ideias. Infelizmente, quem critica meu projeto é porque não o leu com a devida atenção. Quem me critica não respeita a democracia (ao se referir aos protestos da galeria). Tem que ouvir o outro com respeito. Reafirmo, portanto, que meu projeto não proíbe o professor de se manifestar em sala de aula. Defendo sua opinião".

O vereador propôs inclusive um encontro com os representantes do Sintego para "uma conversa franca e aberta. Com isso, acho que vamos acabar com os mal entendidos sobre o  projeto. Estou aberto ao diálogo", propôs.

Porém, a vereadora Tatiana discordou das colocações de Oséias, dizendo que "essa proposta retira a liberdade do aluno e do professor. A escola é o local onde todos podem se manifestar livremente. Isso faz parte da democracia. Aliás, um dos pontos do projeto é que o professor, no exercício de suas funções não poderia promover seus próprios interesses, opiniões, concepções ou preferências ideológicas, religiosas,morais, políticas ou partidárias. Isso chama constrangimento", resumiu ela.

Também manifestaram contra a proposta de Oséias Varão os vereadores Cristina Lopes, PSDB, GCM Romário Policarpo, PTC, Vinícius Cirqueira, Pros. "Escola Sem Partido é uma aberração", afirmou Policarpo, enquanto Jorge Kajuru, PRP, foi sucinto: "Esse projeto visa acabar com a profissão de professor".